Quarta, 03 Agosto 2022 18:52 – Crédito de Imagens:Divulgação – Escrito ou enviado por CNseg – SEGS.com.br
“A guerra continua a gerar incertezas, com a crise de energia na Europa desgastando diversos governos. Por outro lado, as perspectivas de retorno das exportações de grãos pela Ucrânia tendem a reduzir as pressões inflacionárias”, explicou o professor e economista Luiz Roberto Cunha, durante a reunião do Centro de Estudos de Mercado (CEM) da CNseg, realizada em 27 de julho. A China, com sua desaceleração e problemas nos mercados financeiro e imobiliário, também é fonte de preocupação, assim como os EUA, que enfrentam a possibilidade de inflação alta junto com crescimento baixo.
No Brasil, explicou Pedro Simões, da Superintendência de Estudos e Projetos (SUESP) da CNseg, apesar do bom resultado das contar externas, a incerteza eleitoral e a fragilidade fiscal geram riscos para 2023, quando deve ocorrer uma desaceleração do crescimento mais forte que a da inflação, convivendo com juros em patamares ainda elevados.
O setor segurador, explicou Pedro, é fortemente impactado pelos fatores econômicos, sendo que alguns produtos são mais impactados que outros. O VGBL, por exemplo, tem uma correlação positiva com a inflação, enquanto a Capitalização é afetada negativamente. Já o Seguro Viagem, por ser voltado a pessoas com maior poder aquisitivo, não é tão afetado pelos indicadores econômicos.
Arrecadação do setor segurador é recorde em 2022, até maio
Em seguida, foi a vez de Priscila Aguiar, também da Superintendência de Estudos e Projetos, apresentar os resultados da série histórica de arrecadação, em termos reais, isto é, descontando a inflação, do setor segurador no acumulado até maio deste ano. No estudo apresentado, a arrecadação alcanço nesses 5 primeiros meses do ano, R$ 137,9 bilhões, quase o dobro, em termos reais, do que o número de 2008. Pelo lado das indenizações, benefícios, resgates e sorteios, o valor alcançado no ano de 2022 até maio, de R$ R$ 94,1 bilhões, é quase duas vezes e meia os valores de 2008.
Em Danos e Responsabilidade, o desempenho em valores reais de Ramos Elementares no acumulado até maio em 2022 foi o maior desde 2008, apesar de, no Seguro de Automóveis, a arrecadação ainda se encontrar no patamar de 2018. Isso se deve, entre outros fatores, ao recuo na venda de veículos novos gerado pela falta de insumos na cadeia produtiva. E, mesmo a comercialização de carros usados, que teve um bom desempenho em 2021, voltou a cair, impactada pelo aumento dos preços desses veículos.
Já em relação ao Seguro Residencial, também com desempenho recorde em 2022, a percepção é de que ele foi ‘descoberto’ pela população e veio para ficar”. O Seguro Habitacional, por sua vez, que é uma proteção obrigatória nos financiamentos imobiliários, manteve, em 2022, o desempenho positivo de 2021, apesar do aumento da inflação, que fez reduzir a busca pelo crédito imobiliário.
O Seguro de Transportes foi beneficiado pelo retorno da atividade econômica, mas o câmbio e o aumento do preço das mercadorias transportadas também impactaram o preço do seguro. Por outro lado, a arrecadação do Seguro Garantia Estendida, no acumulado até maio e em valor real, voltou ao patamar de 2010, ainda muito impactado pela pandemia e pela redução na venda de eletrodomésticos.
Na Saúde Suplementar, os planos médico-hospitalares ainda apresentam o mesmo número de beneficiários de 2016, diferentemente dos planos odontológicos, que apresentam crescimento no número de beneficiários desde o início da série história em 2008.