12/01/2018 / FONTE: Viver Seguro no Trânsito via SindSegRS No último mês de dezembro, foi aprovado no Congresso o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) com metas de redução de índice de mortos no trânsito por grupo de habitantes e por grupo de veículos.
Todas as propostas para reduzir acidentes são importantes, mas devemos recordar que não são inéditas. Nos anos 90, por exemplo, tivemos o Programa de Redução de Acidentes (PARE) e, na década seguinte, foram divulgados vários estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre os custos dos acidentes de trânsito.
Em 2011, o Brasil foi signatário de uma Resolução da ONU cuja intenção era reduzir as mortes pela metade até 2020. Era a chamada “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”.
Antes da assinatura dessa Resolução, no ano de 2010, 42.844 pessoas morreram em decorrência dos acidentes, o que significa que, para atingir essa meta, precisamos reduzir as mortes de 42 mil pessoas por ano para 21.000.
Entretanto, considerando os dados das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT até novembro de 2017, fecharemos este ano com mais de 42 mil mortes. Aliás, os dados do Seguro não são referentes somente aos acidentes de 2017, mas também revelam a curva de crescimento que, infelizmente, confirma que o Brasil não cumprirá as metas da ONU.
É fato: falta muito para as propostas saírem do papel e chegarem ao mundo real. Nas rodovias federais, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal tem o mesmo efetivo de 1994 e vai ficar ainda menor com a antecipação das aposentadorias e falta de concursos. Nem mesmo a padronização das estatísticas de acidentes, o país conseguiu. No caso das rodovias federais, a PRF criou um padrão, mas cada polícia rodoviária estadual tem sua própria metodologia.
Portanto, o problema brasileiro não é falta de planos, muito menos de legislação, afinal, a nossa é uma das melhores do mundo. Nem mesmo podemos alegar falta de recursos, pois uma pequena redução de acidentes significa bilhões de economia para o país. O que falta é execução, cumprir metas, aplicação rigorosa da lei e a sociedade brasileira assumir que reduzir a violência no trânsito tem que ser uma prioridade.
Afinal, de 2011 até 2020, período da Década da ONU, pelo menos 400 mil brasileiros terão morrido no trânsito e cerca de 4 milhões serão vítimas de invalidez permanente. Será que esses números não são suficientes para entendermos o tamanho do problema?