05/09/2018 / FONTE: Marcia Alves Especialistas reunidos no evento da APTS e ENS analisaram os impactos dessa tecnologia no seguro, destacando inovações como a regulação de sinistros em tempo real e a imediata indenização. No terceiro evento da série “Tecnologias disruptivas e seus impactos no seguro”, promovido pela APTS e a ENS, dia 29 de agosto, em São Paulo, o tema em debate foi Blockchain. Esta nova tecnologia, uma das mais disruptivas, tem potencial para causar um tsunami no setor de seguros, segundo o CEO da 88 Insurtech, Rodrigo Ventura. Na palestra de abertura do evento, ele explicou que o blockchain é um protocolo de segurança, comparado a uma espécie de livro contábil, que registra todas as operações financeiras. A mudança mais impactante provocada por essa nova tecnologia, segundo Ventura, é a possibilidade de regular sinistro em tempo real, promovendo o imediato pagamento da indenização. Ele deu o exemplo de uma pessoa que está no aeroporto e recebe uma propaganda sobre seguro viagem direcionada por geolocalização para o seu celular. A pessoa adquire o seguro e, por causa do atraso do voo, já enfrenta o primeiro sinistro. Sem que o segurado precise avisar, a seguradora confirma o atraso e comunica o pagamento do sinistro ao segurado. “Não houve aviso de sinistro e nenhum intermediário na operação. Este é o impacto do blockchain”, disse. Com a eliminação do aviso de sinistro e o pagamento imediato da indenização, Ventura prevê que não haverá mais conflitos entre segurados e seguradoras. Consequentemente, a arbitragem será desnecessária, bem como qualquer outro meio de resolução de conflito. Com o blockchain, também será possível acessar em tempo real os dados de seguradoras relacionados a números de contratos e sinistralidade, algo que, no presente, o órgão regulador tem acesso seis meses após o fechamento do ano fiscal.