EXCLUSIVO – A abertura do segundo dia de atividades do Brasesul – Congresso dos Corretores de Seguros do Sul, foi marcada pela participação de presidentes e CEO’s de seguradoras, além dos presidentes dos Sincor’s organizadores. Entre as várias perguntas formuladas pelos presidentes dos Sincor’s, muitas delas tratavam da comunicação entre os corretores e companhia, com questionamentos tanto pela forma e os meios de atendimento, quanto do conteúdo.

André Thozeski, presidente do Sincor/RS, trouxe aos participantes a informação de um estudo realizado nos três estados (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), com mais de nove mil corretores da região, sobre a sua percepção do mercado. É importante para o mercado entender as demandas dos corretores de seguros e o seu comportamento.

O coordenador do estudo, Professor Mauricio Tadeu, doutor em economia e administração, conduziu a pesquisa para identificar os desafios e propostas dos corretores do Sul para o mercado, chamado de Projeto Interlocução.

O objetivo do estudo foi debater o relacionamento, as operações e o atendimento com as seguradoras locais, identificando a percepção dos corretores em relação às companhias. A pesquisa levantou também o perfil dos corretores, com estudo socioeconômico da região e comparativo concorrencial, com base nos indicadores qualitativos e quantitativos.

O resultado do estudo não foi apresentado, sendo revelado apenas para as seguradoras patrocinadoras

Wilson Pereira, presidente do Sincor/PR, disse que é preciso juntar corretores e seguradores para encontrar as melhores soluções para os consumidores e este também foi um ponto destacado nas declarações dos seguradores.

FALA, PRESIDENTE!

No Painel , Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros, foi o primeiro a responder aos questionamentos dos corretores de seguros, falando sobre a participação dos corretores na decisão de produtos, comunicando, participando e agindo. “O corretor deve participar de discussões para se integrar. O mercado tem uma dificuldade em se comunicar, mas é preciso mostrar à sociedade os benefícios da proteção. Conhecer mais e melhor a proteção.O digital é fundamental para alcançar os objetivos, mas nada substitui o contato humano, pois é o corretor quem é capaz de identificar o momento certo de fazer a aproximação com os clientes. O digital é uma ferramenta para ajudar no atendimento”.

Eduardo Dal Ri, CEO do Grupo HDI, disse que os corretores podem ser ainda mais ativos e ouvidos. “Começando pelo contato através das filiais até colocar em prática os seus conselhos e o feedback pós implantação. Os Sincor’s podem representar mais os corretores e estes devem participar mais com suas demandas”.

Paulo Kakinof, presidente da Porto, afirmou que a comunicação é um dos maiores desafios do mundo moderno. “A internet é fonte de informação e de desinformação também, que pode acontecer na relação da seguradora com o corretor. A comunicação deve ser bilateral e devemos estar no campo, próximo ao cliente e ao corretor. Os recursos tecnológicos são ferramentas e não substitutos, para ganho de produtividade, por exemplo”.

Marcelo Goldman, diretor executivo de produtos da Tokio Marine, disse que temos que ter um balanço entre as mídias e o relacionamento humano. “Não é uma boa iniciativa diminuir o atendimento humano. Investimento em especialistas para fazer a interação com os corretores. O negócio de seguros é feito por pessoas”.

Eduard Folch, CEO da Allianz, ressaltou que uma companhia de seguros possui mais de quatro gerações atuando e cada uma delas tem uma forma de interação e de comunicação diferentes. “A empatia é diferente e temos que nos adaptar e ter empatia em todos os meios. Para a companhia ser mais empática, ela precisa ter diferentes formas de atendimento, pessoais e digitais”.

Erika Medici, CEO da AXA no Brasil, declarou que as vezes uma discussão muito complexa precisa ser feita pessoalmente. “É preciso refletir que tecnologia é ótima. Como diz o Arthur Mitke, ‘usar tecnologia sempre que possível e contato humano, sempre que necessário’. Uma condição contratual ou o desenvolvimento de um produto deve ser feito em uma sala, com provocações para chegar a uma melhor solução. Quando falamos em comunicação é impossível não pensar nas três pontas: seguradora, corretores e consumidores, com responsabilidade sobre educar e conscientizar o consumidor”.

Cesar Saut, vice-presidente corportivo da Icatu Seguros, destacou que algumas verdades eram “meio” relativas no passado. “Mas nasceu uma geração que precisa ver todo o processo, ver o valor agregado. Essa nova geração não quer pagar comissão alta, mas sim uma justa; assim como não quer despesas administrativas altas, mas justas. Há uma necessidade de ser mais inteiro e verdadeiro. Tudo precisa ser feito de forma complementar e mais barata, cada um cumprindo o seu papel para construir um mercado de seguros maior”.

Oscar Celada, CEO da Mapfre, apontou que temos que entender as reais necessidades do mercado e dos corretores. “O seguro foi uma parte da infraestrutura de reconstrução do estado do Rio Grande do Sul. A nossa estratégia é permeabilizar esta sensação de necessidade do corretor de seguros na intermediação. Temos que trabalhar todos juntos para construir uma sociedade melhor e trabalhar pelo futuro do País”.

Marcio Benevides, vice-presidente comercial da Zurich Seguros, disse que a entrada de uma seguradora ou startup no mercado é um problema, mas que esquecemos que este é um grande bolo para o mercado brasileiro. “As startups nos ajudam com processos mais ágeis e inovadores. Elas nos ouvem para buscar soluções para tornar as jornadas mais fluidas, tanto para seguradoras quanto para os corretores. São parceiros estratégicos para o desenvolvimento do mercado de seguros. A tecnologia veio para ajudar no desenvolvimento, para ganhar mais produtividade, mas sem desumanizar as relações entre os entes do mercado”.