Notícias | 13 de março de 2023 | Fonte: Estadão | Antonio Penteado Mendonça
Grande maioria da população não tem seguro de vida e menos de 20% da frota de veículos é segurada
Depois de um período comandada interinamente, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) teve o novo superintendente nomeado pelo governo. Antes de entrar no novo cenário, importante destacar que, ao longo do tempo em que esteve interinamente à frente da autarquia, Carlos Queiroz se desincumbiu com louvor da tarefa que lhe foi inopinadamente dada, logo depois da posse do governo, nos primeiros dias do ano.
Logo após a posse, o governo demitiu perto de 1,4 mil funcionários em cargos de comissão, entre eles, toda a diretoria da Susep.
Ao perceber que o órgão responsável pelo setor de seguros ficaria acéfalo, o governo renomeou Carlos Queiroz, diretor demitido, para o cargo de superintendente interino, função que ele desempenhou até agora de forma absolutamente correta, sem nenhuma marola, sem chamar a atenção, sem criar ou enfrentar maiores problemas, como deve ser sempre a administração pública.
Mas, como não poderia deixar de ser, o governo precisava nomear um novo superintendente para assumir a autarquia e dar a segurança de que o mercado precisa, atuando efetivamente à frente de uma diretoria colegiada, nos termos do Regimento da Susep.
O setor de seguros atualmente passa por um momento extremamente rico e desafiador, com mudanças de rumo e postura capazes de redesenhar a atividade em todos os seus segmentos.
São novas visões, novos desenhos de gestão e de produtos, novas ideias capazes de alavancar a penetração do setor na sociedade, dando ao Brasil uma proteção reconhecidamente eficiente nos países desenvolvidos, mas que aqui ainda não existe, o que pode ser constatado analisando o número dos seguros existentes no País.
A grande maioria da população não tem seguro de vida, a imensa maioria das residências não tem seguros, grande parte das empresas não tem seguros, menos de 20% da frota de veículos é segurada, os danos climáticos não são protegidos, responsabilidade civil é risco quase desconhecido, menos de 50 milhões de brasileiros têm planos de saúde privados e menos de 15 milhões têm previdência complementar.
Este é o momento que vivemos e, dependendo do tratamento dado ao tema, o Brasil tem tudo para, em poucos anos, dobrar o tamanho do setor, passando a contar com a proteção direta indispensável para o desenvolvimento econômico e com as reservas técnicas da atividade para financiar os investimentos em infraestrutura necessários para o crescimento nacional.