Valor Econômico – 03/07/2018O Valor Econômico informa que a primeira emissão de um título de captação bancária protegido por um seguro para o investidor deve ocorrer até setembro, afirmam fontes que participam do processo. A expectativa desses interlocutores é que sejam levantados entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões com o novo instrumento no prazo de um ano.A ideia que vem sendo discutida por bancos médios e seguradoras é criar uma alternativa de captação para instituições financeiras de menor porte, hoje muito dependentes do varejo. O instrumento terá dupla garantia: além da apólice de seguro, o papel terá como lastro uma carteira de crédito.Isso faz com que remeta à característica principal das letras imobiliárias garantidas (LIG), novo título para o funding de operações imobiliárias. No entanto, as semelhanças param por aí. Diferentemente de uma LIG, no novo título bancário os recebíveis serão “invisíveis” para o investidor. A cobertura para ele estará no seguro. A carteira de crédito de crédito será a garantia da seguradora e resseguradora que vão bancar a emissão.Na prática, o banco terá uma linha disponível nas seguradoras, com lastro em uma carteira de crédito, e vai emitindo os títulos conforme precisar, até alcançar o limite. Os títulos poderão ser CDBs ou letras financeiras. Pelo custo, estas últimas representam uma modalidade pouco acessível hoje a instituições de menor porte, mas a ideia é que, com a dupla garantia, passem a ser uma opção para esses bancos.Os títulos serão identificados com um selo específico em algum ambiente de registros, que poderá ser a B3, a Central de Recebíveis (Cerc) ou outra instituição. Com isso, ficará imediatamente visível para o investidor que há uma apólice por trás dos papéis.Desacoplar os recebíveis de crédito dos títulos é uma característica considerada fundamental para atrair investidores institucionais. “Esses investidores não conseguiriam analisar o risco de cada carteira. Por isso, é importante que a garantia para eles esteja no seguro”, diz um participante das discussões.No entendimento desses interlocutores, em princípio não será necessária aprovação regulatória para o instrumento, pois ele reúne ferramentas já disponíveis. As discussões têm reunido diversos agentes do setor financeiro e o objetivo é chegar a um modelo “de mercado”, afirma uma das fontes.Dessa forma, a ideia é que o CDB com seguro ocupe um espaço que o DPGE 2 – instrumento com características semelhantes e cobertura de até R$ 20 milhões do FGC – não conseguiu. Criados na crise financeira, os depósitos a prazo com garantia especial ficaram com a fama de linha emergencial, e acabaram não sendo usados pelos bancos como alternativa de captação.
Fonte:
https://www.sindsegsp.org.br/site/noticia-texto.aspx?id=30201