EXCLUSIVO – A CNseg – Confederação Nacional das Seguradoras divulgou na manhã de ontem (25) a nova previsão de crescimento para o mercado de seguros em 2024. O número total do mercado não sofreu uma mudança significativa, saindo da previsão de 11,5% de crescimento em dezembro/23 para 11,8%, na divulgação de setembro/24.

O destaque foi para os números do seguro de automóveis, que saiu da previsão de crescimento de 16,1% em dezembro/23, para 2,7% em setembro/24. Este número teve um reflexo significativo no índice da carteira de danos e responsabilidades, que saiu de 16,8% para 7,2%.

A CNseg, trimestralmente, faz a revisão do cenário macroeconômico e seu impacto no mercado de seguros. No final de 2023, a previsão era que o PIB cresceria 2,5% em 2024. “Agora, a estimativa é de crescimento de 3% do PIB, com aumento da atividade econômica, puxada pelo crescimento do emprego e da massa salarial”, informou Dyogo Oliveira, presidente da entidade.

“O setor de seguros tem suas dinâmicas internas, com alguns ramos sendo beneficiados pelo crescimento e renda disponível mais alta. Por outro lado, o setor de automóveis começou o ano com projeção de 16%, que caiu para 13% e depois para 7% e agora está em 2,7%”, declarou Oliveira. Para ele, o que está acontecendo é o próprio movimento do mercado de automóveis, com maior número de veículos elétricos, queda de preço dos automóveis, e queda do preço médio do seguro, o que diminui a arrecadação. São 25 seguradoras operando neste setor, acirrando a competição pelos consumidores, mas ainda sem impacto das seguradoras digitais que operam novos produtos de seguro automóvel.

O ramo patrimonial, que inclui de residencial até grandes riscos, continua com crescimento de quase 14%, pois vem se beneficiando com o crescimento forte da economia. O habitacional está em 12,9%, puxado pelo aquecimento do mercado e do crédito imobiliário.

Os riscos financeiros tiveram um crescimento muito robusto, puxado pelo garantia e pela fiança locatícia. O seguro garantia possui grande potencial, porque é competitivo com outros artigos financeiros disponíveis do mercado.

O seguro de garantia estendida, que vinha com as projeções em queda, conseguiu se recuperar, com ações das empresas para encontrar o consumidor no momento da compra online. Oliveira afirmou que o seguro rural, que vinha com grande expectativa, acabou caindo por conta da não execução da subvenção do seguro rural. “A execução mais lenta por conta do Governo atrasou o uso da verba disponível, que fez com que a perspectiva de crescimento caísse para apenas 1%, porque é produto conectado à necessidade de crescimento do País.

Por outro lado, o seguro de pessoas vem aumentando as suas perspectivas de forma bastante robusta, chegando à previsão de crescimento de 15,1% para 2024. A previdência privada aberta cresceu por conta da maior disponibilidade de capital, aumento da renda das famílias e melhora dos resultados financeiros. “Estamos com projeção de 15,9% de crescimento. Os planos de riscos têm o crescente interesse das pessoas, chegando à projeção de 12,9% de crescimento. Isso ainda tem um pouco de reflexo da pandemia”, acredita Oliveira.

A capitalização ampliou seu escopo de atuação e deve continuar crescendo na média de 5,5%, com novas possibilidades de atuação.

Kelly Lubiato