CQCS – Notícias | 24 de agosto de 2022
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o mundo vive a maior alta no custo de vida do século . A instituição estima que, depois de dois anos de pandemia, a guerra na Ucrânia está causando o maior aumento no custo de vida em uma geração, ampliando o risco de conflitos civis e protestos sociais. O alerta publicado aponta que a inflação nos preços de alimentos e de energia pode levar bilhões de pessoas a uma situação crítica. Nesse cenário, o setor securitário não escapou da alta de preços.
Aumentou mais de 32% nos últimos 12 meses
Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação oficial do país, os preços dos seguros subiram 32,45%, em média, nos últimos 12 meses.
Evolução mensal demonstra aumento por 5 meses consecutivos
O Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA) revelou um aumento de 0,1 ponto percentual no valor do seguro de carro em julho. O estudo, realizado pela insurtech TEx, aponta a variação mensal dos preços do seguro auto de acordo com gênero, região, faixa etária e idade do veículo.. Segundo o IPSA, este é o quinto mês consecutivo de alta no valor do seguro automotivo, que começou em março deste ano.
O aumento em reais
Um panorama do aumento em reais, ficaria da seguinte forma, segundo a matéria do jornal Valor Investe: no primeiro mês do ano, ao contratar o serviço para um automóvel de R$ 50 mil, o índice estava fixado em 5,7% deste valor e o cliente pagava R$ 2.850 pelo seguro. Com o aumento registrado em julho, o índice foi para 6,6%, fazendo o segurado pagar R$3.300 pelo mesmo patrimônio a ser protegido. Uma diferença de R$450 no bolso dos motoristas.
Quais os motivos para o aumento?
Especialistas afirmam que a alta no preço dos carros — tanto zero quilômetro como usados — e o aumento do uso do seguro são os principais fatores que justificam o encarecimento do serviço.
“Os preços da tabela Fipe aumentaram, em média, 40%, o que gerou um prejuízo para as seguradoras”
Paulo Eduardo Fernandes, sócio da corretora Fernandes Associados Seguros, afirma que o valor do seguro é calculado com base no valor do carro na tabela Fipe, que traz os preços médios dos carros anunciados pelos vendedores, tanto usados como novos. “Em 2021, um carro médio custava entre R$40 mil e R$50 mil. Os preços da tabela Fipe aumentaram, em média, 40%, o que gerou um prejuízo para as seguradoras, já que elas precisam indenizar o cliente que usa o seguro com base na tabela Fipe, que traz os preços médios dos carros anunciados pelos vendedores, tanto usados como novos. “Em 2021, um carro médio custava entre R$40 mil e R$50 mil. Os preços da tabela Fipe aumentaram, em média, 40%, o que gerou um prejuízo para as seguradoras, já que elas precisam indenizar o cliente que usa o seguro com base na tabela Fipe do dia do sinistro”, afirma Fernandes.
Dificuldade das montadoras para manter a produção de carros novos
Com a pandemia, montadoras de todo mundo tiveram dificuldade de manter a produção de carros novos pela falta de semicondutores, que são peças básicas para a fabricação dos carros. Isso limitou a produção das montadoras e diminuiu a quantidade de carros novos disponíveis nas concessionárias. Com a escassez, os usados passaram a ser mais buscados e, consequentemente, ficaram mais caros.
Pagamento de indenizações subiu mais de 40% no primeiro trimestre do ano
O uso do seguro também foi outro fator que encareceu os custos. Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) mostram que o total pago em indenizações subiu 41,3%, chegando a R$7,2 bilhões no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, a receita com seguros de carros cresceu bem menos: 23,3% no primeiro trimestre de 2022, passando de R$8,6 bilhões para R$10,6 bilhões, também em relação ao mesmo período em 2021.
Manes Erlichman, vice-presidente e diretor técnico da Minuto Seguros, corretora da Creditas, explicou o fenômeno da seguinte maneira: “Conforme os carros foram voltando para as ruas, a sinistralidade voltou a subir. Isso, somado ao aumento do preço dos carros novos e usados, fez com que os seguros ficassem mais caros”.
Como ficam os consumidores?
Em um contexto de instabilidade econômica, os consumidores de todos os ramos buscam cortar gastos supérfluos e utilizar os produtos de necessidade mais baratos do mercado.
Aparando arestas
Os especialistas dizem que o ideal é que o consumidor contrate um seguro adequado às suas necessidades, incluindo apenas o que faz sentido para a rotina da pessoa, evitando assim gastos maiores do que o necessário.
Seguradoras lançam produtos para ajudar consumidores a economizar
No intuito de ajudar os consumidores a conseguirem pagar pelo produto, muitas seguradoras e insurtechs colocaram em prática soluções de seguro mais baratas e que se adequam à realidade de diferentes perfis de segurados.
- Seguro por assinatura: a Porto lançou recentemente o Azul Seguro Auto por Assinatura. Emitido e operado pela Azul Seguros, empresa que integra o Grupo Porto, o Azul Seguro Auto por Assinatura é um produto que pretende alcançar a frota brasileira que ainda não tem seguro automotivo devido ao preço elevado. Por isso, a ideia é apresentar uma solução com o melhor custo-benefício.
- Seguro Pay Per Use: Essa modalidade se destina a quem usa o carro, mas não o tempo todo. E quanto menos usa, menos paga no seguro. O pagamento é feito por assinatura mensal e são poucos centavos por km rodado. Insurtechs como a Thinkseg, Pier, Youse e Ciclic oferecem essa modalidade de seguro.
- Seguro que aceita carros adquiridos em leilão: A insurtech Pier aceita carros adquiridos em leilão, automóveis que já sofreram sinistro, carros de motoristas de aplicativo, entre outros perfis que usualmente não têm acesso ao produto. Os valores do seguro por assinatura da Pier são a partir de cerca de R$30 por mês, podem ser pagos no cartão de crédito ou até com Pix.
- Pagamento de acordo com o comportamento do motorista: A startup de seguros brasileira Justos precifica o seguro de acordo com o comportamento do motorista. A ideia é oferecer um seguro auto mais barato para quem dirige bem, por isso, o valor do seguro é baseado no comportamento dos clientes ao volante. Para isso, a determinação do valor cobrado a cada segurado é feita com o auxílio de um aplicativo instalado no celular do motorista.
Combate ao serviço de proteção veicular
As seguradoras e insurtechs estão tentando, também, combater o serviço de proteção veicular, os chamados “seguros piratas”, ao disponibilizar para os clientes produtos mais acessíveis. Assim, conforme demonstrado acima, há várias maneiras de o consumidor conseguir adequar alguns produtos de seguro auto à realidades financeiras variadas.
O papel dos corretores
Os corretores devem ter o seu papel fortalecido nesse processo de combate aos “seguros piratas”, conforme defendeu Lucas Vergílio, deputado federal e presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS). Afinal, são eles, os corretores, a ponte entre as seguradoras e insurtechs e os consumidores de seguros.
Evitar “comprar gato por lebre”
De acordo com o site Gramatica.net _ site destinado à consulta e aprendizado sobre gramática normativa da Língua Portuguesa _ a expressão “comprar gato por lebre” surgiu em tempos de carestia e de guerra porque, naquela época, era comum comerciantes venderem carne de gato no lugar de lebre como alimento, devido à semelhança entre os dois animais após lhes retirarem a pele.
Portanto, tal expressão é usada para caracterizar uma situação em que se é enganado, especialmente em uma transação comercial. Assim, é importante que o segurado evite “comprar gato por lebre”, já que os chamados “serviços de proteção veicular” não possuem regras técnicas para amparo das garantias prometidas e, portanto, não oferecem nenhuma garantia de pagamento de indenização em caso de sinistro.
Chance de usufruir das garantias de um bom produto de seguro
Dessa maneira, com as seguradoras e insurtechs criando produtos para combater a proteção veicular e buscando lançar produtos mais populares para alcançar uma fatia de mercado que ainda não possui seguro, os consumidores podem ter a chance de não sentir tão fortemente o impacto da alta dos preços no seguro auto e poder