Revista Cobertura – 15/10/2024 as 19:55
Eduard Folch, presidente da Allianz Seguros, foi um dos convidados do painel “O Futuro da Distribuição de Seguros no Brasil”, promovido no último sábado (12) durante o 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, da Fenacor. Mediada por Armando Vergilio, presidente da Federação, a apresentação trouxe um panorama das diferentes formas de venda de seguros pelo mundo, além de abordar os impactos das mudanças de comportamento do consumidor, pautadas principalmente pelos avanços tecnológicos. Outro ponto em discussão foi sobre como o setor lidará com a geração futura, que é nativamente digital.
Durante a conversa, Eduard lembrou que, no Brasil, a distribuição de seguros é predominantemente intermediada por corretores. Em contrapartida, a comercialização dessas soluções em mercados internacionais é mais diversificada e varia conforme o tipo de produto e região, sendo realizada por meio de corretores, agentes vinculados a seguradoras específicas, bancos e até mesmo por venda direta. “No entanto, em todos eles há um ponto em comum: a conexão pessoal continua sendo um elemento central nas vendas e na avaliação de risco, destacando a importância dos intermediários”, afirmou.
Com o comportamento do consumidor passando por profundas transformações e redefinindo os padrões de consumo em todos os mercados, Eduard reforçou a necessidade de as seguradoras investirem, cada vez mais, na experiência do cliente, oferecendo não só ferramentas tecnológicas e produtos sustentáveis, mas possibilitando que acionem a companhia pelo meio que mais se adequa a sua necessidade. “Hoje, contamos com diversos canais de atendimento, como plataformas de autoatendimento, redes sociais, chats, além dos contatos telefônicos, para resolver demandas com máxima celeridade e menor esforço. Também temos o WhatsApp, que é utilizado por mais de 2 bilhões de pessoas no mundo”, disse, reforçando que, em breve, haverá uma geração inteira de consumidores conhecidos como nativos digitais. “64% das pessoas abaixo dos 30 anos se informam pelo TikTok. São indivíduos que não conheceram um mundo sem computadores, tablets e celulares, e que valorizam profundamente o propósito, seja de uma empresa, produto ou marca.”
Na avaliação do presidente da Allianz, essa nova geração deve optar pela flexibilidade, fortalecendo a abordagem omnichannel, além de dar preferência a produtos simples e mais individualizados. “No futuro, a questão não será apenas como vender, mas também o que vender”, frisou, acrescentando que o mercado segurador sempre foi resiliente e adaptável tanto em termos de produtos quanto em distribuição e relacionamento com o consumidor. “Como um empreendedor nato, o corretor tem se adaptado continuamente e continuará a fazê-lo. A distribuição precisará acompanhar a mesma direção dessas novas gerações. Teremos que considerar os parâmetros da sociedade futura.”
Sala de Negócios
Patrocinadora master do Congresso, a Allianz também foi um dos destaques da Sala de Negócios, em que participou de painéis diários sobre temas variados do mercado segurador. Na sexta-feira (11), a diretora executiva de Operações e TI da companhia, Rosely Boer, fez uma palestra única sobre como a Inteligência Artificial e as tecnologias emergentes estão redefinindo o futuro do trabalho nas organizações. “A Inteligência Artificial já está presente em nosso dia a dia e podemos dizer que a IA e a IA Generativa chegaram para elevar a régua do consumidor em relação à excelência das jornadas de compra em vários setores, como indústria, varejo, serviços, lazer, entre outros. Por isso, precisamos estar atentos aos outros segmentos e como podemos aprimorar ainda mais as jornadas digitais e as experiências que entregamos. Para a Allianz, a melhor experiência será sempre aquela que melhor atende às necessidades do corretor e do cliente no momento exato que eles mais precisam, da forma mais rápida e eficiente, com a maior qualidade possível, combinando tecnologia e pessoas altamente capacitadas”, frisou.
No mesmo dia, o diretor executivo de Sinistros, Renato Roperto; e a diretora de Automóvel, Ana Freitas, abordaram os desafios e as soluções em seguros de Automóveis e Sinistros. Quem participou do Congresso no sábado também teve a oportunidade de acompanhar a apresentação.
“Os indicadores mudaram e a Allianz segue acompanhando esse movimento. Abrimos nossa aceitação para veículos elétricos, que estão cada vez mais presentes no mercado. Também passamos a disponibilizar aos segurados opções de voucher para carros por aplicativo, além do carro reserva para terceiros. Aumentamos o limite de contratação para veículos de passeio e picapes, que passou de R$ 500 mil para até R$ 1 milhão; e passamos a operar com um novo limite na cobertura de Responsabilidade Civil Facultativa, que foi de R$ 100 mil para até R$ 1 milhão”, explicou Ana, completando que a Allianz também lançou novos planos e serviços relacionados aos vidros. “Todas essas modificações nos permitem atender do veículo mais básico ao modelo premium.”
Já Renato abordou a importância do trabalho conjunto entre Inteligência Artificial e análise humana. “Hoje temos processos digitais para aviso, avaliação e conclusão de sinistro. São ferramentas que nos ajudam a identificar os danos e a estimativa do sinistro, além de agilizar a autorização e as indenizações. Mas, por trás disso, existe o suporte humano ao cliente e corretor. Não adianta falarmos de digital sem considerarmos o fator humano e o relacionamento de toda nossa equipe e rede de prestadores, pois são eles que suportam esse processo”, pontuou.
“Alliadoz +Capaz – Venha conhecer estratégias para potencializar suas vendas do Allianz Vida” foi o tema do painel apresentado pelo diretor executivo Comercial, Nelson Veiga; e pelo superintende de Produtos, Saulo Gabriel, também na sexta. O conteúdo foi novamente abordado na tarde de sábado.
“O mercado de Vida vem crescendo a dois dígitos nas últimas duas décadas. Ainda assim, só 17% da população brasileira possui um seguro de Vida – sendo que a maioria está protegida pela modalidade Coletiva, distribuída pelas empresas”, disse Saulo. Segundo ele, esse cenário, assim como o crescimento das micro e pequenas empresas, representa uma grande oportunidade para que os corretores ofereçam o seguro de Vida Individual aos clientes. “Não sabemos o que pode acontecer conosco, precisamos mostrar para a sociedade que a imprevisibilidade faz parte do planejamento. Para isso, acreditamos que a venda do seguro de Vida de uma forma mais consultiva e humanizada ajuda a sanar crenças limitantes, resistências a mudanças e possíveis desconfianças”, argumentou.
Nelson, por sua vez, reforçou a importância do papel do corretor na oferta do seguro de Vida. “Os corretores poderiam ser facilmente chamados de agentes do bem-estar social por serem os grandes protetores da sociedade”, disse, citando ainda Winston Churchill, grande entusiasta do mercado segurador. “Ele afirmava que, se todo cidadão inglês tivesse um plano de pensão e um seguro de Vida, a próxima geração britânica seria financeiramente mais estruturada. E isso faz todo sentido, pois ajuda a reduzir desigualdades sociais, protegendo as famílias da perda do principal provedor ou de uma fatalidade que possa impactar o patrimônio construído ao longo de uma vida inteira.”