As comemorações dos 100 anos de atividade do Sindseg PR/MS estão entrando para a história do setor no Brasil como um grande “case” de promoção da cultura de seguro. Reverenciar grandes personalidades que contribuíram para o setor faz parte da programação.

Desde o final de agosto do ano passado até 13 de setembro deste ano, quando será celebrado o centenário com uma grande festa reunindo autoridades de todo o Brasil em Curitiba, o Sindseg PR/MS vem mantendo intensa programação de atividades, que aproveitam o simbolismo de um século de história da instituição, para exaltar a importância do seguro para a sociedade (veja o conjunto ações no box abaixo).

Entre essas iniciativas, uma das mais importantes é a “Comenda Centenária Rosácea Paranista”, instituída para homenagear grandes personalidades que contribuíram de forma decisiva para o desenvolvimento do mercado segurador no Paraná. Já foram homenageados 12 pessoas e neste ano ainda serão entregues mais cinco medalhas.

Os últimos três homenageados são pessoas que, pela sua trajetória e contribuição ao mercado, exemplificam muito bem o espírito e a importância da homenagem. Ramiro Dias, Robert Bittar e José Antônio Santa Ritta engrandeceram a instituição seguro no Paraná, contribuíram para o desenvolvimento e ampliação do mercado e participaram ativamente da construção de soluções para os desafios que se apresentaram em várias épocas.

Quem são esses grandes nomes

Nascido em Wenceslau Braz/PR, Ramiro Fernandes Dias iniciou suas atividades profissionais em Japira/PR e formou-se em Letras Inglês/Português pela PUC-PR. Completou 50 anos de atuação no mercado em 2024, dos quais, a primeira metade foi atuando em seguradoras (Vera Cruz, Argos, América Latina, Porto Seguro e AGF), e a partir de 1993, no Sindseg PR/MS, foi diretor estatutário até 2005, quando passou ao cargo de diretor executivo que ocupa até hoje.

Ramiro também participa do Clube da Pedrinha (PR), da Bolinha (PR), da Escola de Negócios e Seguros (ENS) e da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), da Comissão de Direito Securitário da OAB-PR, como membro consultor externo. Foi o primeiro profissional segurador a participar como membro da Junta Administrativa de Recursos de Infração – JARI, do DETRAN-PR, representando o Sindseg PR/MS.

Entre suas diversas ações, em 2009, organizou um dos maiores programas de promoção da cultura de seguros já realizados no país, o Viver Seguro, em que juntamente com outros palestrantes, falou sobre a importância dos seguros diretamente para cerca de 19 mil formadores de opinião, em 20 cidades-polo do Paraná.

Coordenou parcerias do sindicato para a realização de campanhas de educação no trânsito e prevenção de acidentes. Estabeleceu parceria com forças policiais para o combate aos furtos e roubos de veículos. Organizou eventos de capacitação do setor, além de parcerias com a OAB e o Tribunal de Justiça em seminários para esclarecer questões técnicas e repassar aos operadores do direito a visão das seguradoras sobre a judicialização dos contratos.

Ramiro esteve em algumas ocasiões no legislativo paranaense apontando falhas em projetos de lei prejudiciais ao setor, que foram arquivados. Operacionalizou as iniciativas do sindicato no combate ao mercado paralelo, buscando apoio de autoridades públicas, ajuizando ações e concedendo entrevistas para esclarecer a sociedade.

Mais recentemente, a partir de 2021, entre as diversas iniciativas da atual diretoria, Ramiro foi o responsável por organizar palestras sobre o setor em entidades de classe das principais cidades do Paraná e do Mato Grosso do Sul e vem operacionalizando as ações comemorativas ao centenário da instituição.

Robert Bittar

Robert Bittar é paranaense de Guarapuava e desde 1971 atua no setor de seguros. Entrou como estagiário de uma corretora aos 13 anos onde trabalhou até constituir a sua própria corretora.

Combativo, descobriu sua vocação como representante dos corretores em 1986, no governo Sarney, quando foi instituída uma tabela de deflação para os contratos de seguro extremamente prejudicial, porque reduzia gradualmente o capital segurado. Robert aproveitou um jantar do então ministro da fazenda Dilson Funaro com empresários paranaenses para entregar um documento apontando a sua insatisfação com a tabela. “Deu resultado, 30 ou 40 dias depois essa norma foi revista”, disse Bittar, relatando que um ano depois, em 1987, foi eleito vice-presidente do Sincor-PR, e depois eleito presidente da instituição por três mandatos (1996-1999, 1999-2002 e 2008-2011).

A partir de 2005 presidiu a Escola Nacional de Seguros (ENS) por sete mandatos e chegou a presidência da Fenacor em 2009, ajudando a projetar nacionalmente o mercado segurador paranaense. “Por essa história, por essa vivência que eu tive tão feliz, que tenho ainda com esses vários amigos que me acompanham hoje, vocês podem perceber o tamanho da emoção, o tamanho do significado que essa comenda tem para mim”, afirmou Bittar ao receber a medalha no evento de lançamento do livro em Curitiba, no final de junho.

José Antônio Santa Ritta

Formado em Administração de Empresas, José Santa Ritta teve passagens marcantes na direção regional de grandes seguradoras. Na SulAmérica foi responsável pela ampliação das ações comerciais da companhia na área de terrestre, marítimos e de acidentes, assumindo a direção regional do Paraná, em 1988.

Em 1990 participou da criação da Gralha Azul Seguros. Foi nesse período que os corretores passam a vender produtos dessa seguradora, o que até então era permitido nas agências do Banco do Estado do Paraná (Banestado). Em 1999, um mês após deixar a SulAmérica, ingressou na Bradesco Seguros e chegou a Superintendente Executivo um ano depois. Cargo em que permaneceu até 2005, quando se aposentou e fundou, em Curitiba, a Santa Ritta – Participações, Negócios e Assessoria de Seguros Ltda. A empresa conta hoje com 25 colaborares e uma filial no Norte do Estado (Londrina).

O presidente do Sindseg PR/MS Altevir Prado destacou que Santa Ritta é sem dúvida uma das pessoas que mais contribuíram para o desenvolvimento do mercado de seguros do Paraná. “Dentro das fronteiras do estado, poucas pessoas contribuíram tanto, lideraram seguradoras de grande representatividade e formaram grandes escolas de seguros, tanto na capital como no interior”, disse Altevir.

“O Robert (Bittar), pela sua longuíssima atuação na Escola e também na Fenacor, é seguramente uma pessoa que impulsionou a cultura de seguro e que deu visibilidade ao estado do Paraná, fomentou e ajudou a formar a cultura do seguro. E o Ramiro pela extraordinária colaboração para a instituição Sindseg PR/MS. Protegeu, zelou, cuidou e ampliou a instituição. Reconhecer com uma comenda estas três distintas pessoas é uma necessidade e torna-los comendadores é motivo de orgulho para o Sindicato “, explicou o presidente.

Comenda

O termo “comenda” tem suas origens na Idade Média e está relacionado a um sistema de recompensa e benefício utilizado principalmente pela nobreza e pela Igreja Católica.

Inicialmente, uma comenda era um benefício ou uma concessão feita por um rei, um nobre ou até mesmo pela Igreja a uma pessoa em reconhecimento por serviços prestados, lealdade ou méritos diversos. Esse benefício poderia assumir diferentes formas ao longo do tempo, mas geralmente envolvia a concessão de uma propriedade, terras ou uma parte dos rendimentos de uma propriedade para usufruto da pessoa agraciada.

Na esfera eclesiástica, uma comenda era muitas vezes associada a uma ordem religiosa, como as ordens militares durante as Cruzadas. Um comendador (ou comendatário) era a pessoa que recebia essa concessão e usufruía dos benefícios econômicos associados a ela, enquanto, por vezes, também tinha responsabilidades administrativas sobre a propriedade ou ordem em questão.

Mais tarde com o fim dos estados monárquicos e do mercantilismo e a chegada do liberalismo econômico, essas necessidades deixaram de existir e passou-se a usar o termo “comenda” para pessoas a serem homenageadas com distinção honorífica, condecoração em agradecimento.

“A comenda do Centenário tem esse sentido de reconhecer, conceder uma distinção, um agradecimento, uma homenagem para alguém que contribuiu para aquele que a outorga, no caso, o Sindseg PR/MS”, explicou Altevir. “Nos demos o nome de Rosácea Paranista, resgatando o símbolo de um movimento de artistas e intelectuais, que no início do século XX, se dedicaram a valorizar o Paraná ajudando a constituir a identidade cultural do estado. O movimento foi batizado de Paranismo, e o seu símbolo, a rosácea paranista, composta por pinhões dispostos geometricamente, foi incorporada por nós como símbolo de nossa comenda”, explicou o presidente.

Quem já foi homenageado?

A comenda foi concedida até agora mediante votação da Diretoria do Sindseg PR/MS apenas para personalidades que realmente foram além da reputação ilibada e do sucesso na trajetória, mas também doaram parte de seu tempo para o crescimento do setor. São eles: Moacir Abba de Souza, Osnir Roberto Gaspar, Ivan Gontijo, João Gilberto Possiede, Edward Lange, Roque de Holanda Melo, Ricardo José Iglesias Teixeira, Wilson Pereira, José Antônio de Castro além dos três acima citados Robert Bittar, José Antônio Santa Ritta Rocha e Ramiro Fernandes Dias. Até o final das comemorações do Centenário ainda terão mais cinco homenageados.