Top Mídia News – 13 abril 2021 – 19h00Por Nathalia Pelzl
A incerteza de dias melhores fez com que a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor tivessem aumento expressivo durante o ano passado.
Com a pandemia da covid-19, vieram também as preocupações com as contas, com os familiares, a doença em si e muitos brasileiros enfrentaram e enfrentam noites sem dormir e crises de ansiedade.
A incerteza de dias melhores fez com que a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor tivessem um aumento expressivo durante o ano passado.
Levantamento do Conselho Federal de Farmácias mostra que quase 100 milhões de caixas de medicamentos controlados foram vendidos em todo o ano de 2020 – um salto de 17% na comparação com os 12 meses anteriores.
“A pesquisa parece mostrar uma relação entre os determinantes sociais de saúde e o aumento do consumo de medicamentos. Há uma tendência de que as pessoas considerem que vários aspectos da vida social podem ser tratados com medicamentos”, explica o consultor da entidade, Wellington Barros.
Em Mato Grosso do Sul, conforme o Conselho Estadual de Farmácia, não há dados sobre a venda específica destes medicamentos.
No entanto, no levantamento do Conselho Federal, o Estado aparece em 19º. Além disso, é analisado que nos anos de 2017 e 2018, cerca de 5%. Já em 2018 e 2019 houve um aumento para 11% e 2019 e 2020, 16%.
PONTO DE VISTA
O TopMídiaNews entrevistou o farmacêutico Carlos Silva Venturini, que tem mais de 20 anos de atuação na área.
Ele destacou que é preciso tratar depressão e ansiedade de forma séria.
“Temos que entender que as doenças mentais e neurológicas atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo todo, só parte dessas pessoas fazem o acompanhamento médico a respeito dessas doenças. A OMS afirmou que até meados de 2020, 350 milhões dessas pessoas sofreram de depressão”.
“Como essa depressão vai agir em frente a pandemia? A gente percebe que as mudanças de hábitos, os traumas causados por mortes na família ou de pessoas próximas, ou experiência de causa morte, esses traumas ficam ligados a pessoa e aumenta o risco de depressão, o isolamento também pode agravar os problemas mentais, conforme a OMS”.
Ele pontua sobre a crescente no consumo de antidepressivos por parte da população sul-mato-grossense, que é uma saída encontrada pelos profissionais e paciente.
“É uma das alternativas que temos nesse momento, ideal seria que todos os pacientes que enfrentam depressão, que é uma doença seríssima, conseguissem sair com atendimento psicológico e naturais”, esclarece, reforçando a necessidade de acompanhamento psicológico.
“O que se espera é que use inicialmente, para que se faça tratamento, não é usado para que ele fique refém. As alternativas mais brandas seriam os fitoterápicos, que ajudam tanto para ansiedade quanto para depressão, não só isso, mas também apoio familiar, psicológico, atividade física, dentro dos limites físicos [de cada pessoa]”, finaliza.