Exame – 31/10/2018O portal Exame revela que cada vez mais pessoas contratam seguros que cobrem o diagnóstico de câncer e outras doenças graves no Brasil. Segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados, órgão regulador do setor), o prêmio total nos seguros de doenças graves ou terminais em 2017 foi de 765,8 milhões de reais – crescimento de 9,66% sobre 2016. De janeiro a agosto deste ano, o valor já era de 571,9 milhões de reais, alta de 12,5% sobre o mesmo período do ano passado.”É uma tendência que veio para ficar. O crescimento é alto, mas a penetração desse produto no Brasil ainda é baixa”, diz Luciano Snel, vice-presidente da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) e presidente da Icatu Seguros. Os seguros de doenças graves ou terminais representam pouco mais de 2% do mercado total de seguros de pessoas no país (24,8 bilhões de reais até agosto). “O aumento da expectativa de vida tem colaborado bastante. As pessoas estão vivendo mais e todo mundo está sujeito a uma doença inesperada.”As seguradoras brasileiras lançaram esse tipo de seguro há 18 anos, mas, segundo o vice-presidente da FenaPrevi, “o produto ainda leva um tempo para ganhar popularidade. Demora para os clientes entenderem do que se trata”. O aumento no número de casos de câncer no Brasil, seguindo uma tendência mundial, deve ajudar a tornar o produto mais popular com o tempo.Um estudo da Agência para a Pesquisa do Câncer, entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em setembro, mostrou que 18,1 milhões de novos casos de câncer serão registrados em 2018 no mundo, com um total de 9,6 milhões de mortes. Se nada for feito, segundo o órgão, as incidências vão atingir 29,4 milhões de novos casos em 2040 – crescimento de 63% nos próximos 20 anos. Já a mortalidade deve subir para 16,3 milhões até lá.Ainda de acordo com o estudo, serão os países emergentes que mais terão aumento de casos de câncer, com um avanço expressivo de 62% até 2040 e um total de 10 milhões de novos diagnósticos da doença. O Brasil deve registrar ao todo 559 mil novos casos de câncer em 2018, com 243 mil mortes. Até 2040, a entidade estima que a doença pode sofrer um aumento de 78,5% no país, um dos maiores saltos entre as principais economias do mundo. Isso significa que 998 mil novos diagnósticos de câncer serão registrados por aqui no período.