As cidades de Florianópolis (SC), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) deverão estar aptas para receber o 5G até 29 de agostoReuters

CNN Brasil Business – Fabrício Julião em São Paulo – 16/08/2022 às 04:00 | Atualizado 16/08/2022 às 08:18

As cidades de Curitiba, Goiânia e Salvador recebem o 5G a partir desta terça-feira (16). Após aval da Anatel, as operadoras que adquiriram a faixa de 3,5 GHz já podem ativar a tecnologia de quinta geração do serviço móvel nas três capitais.

Agora, as cidades se juntam a Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).

Para concluir a implementação da tecnologia, foram realizados testes na semana passada sobre eventuais interferências nos sinais de Curitiba, Goiânia e Salvador. O Gaispi, grupo que acompanha a implementação do 5G no Brasil, liberou o lançamento da tecnologia nesses municípios na última sexta-feira (12).

Leia Mais

Inicialmente, o sinal do 5G cobre apenas alguns bairros das cidades, sendo ainda comum que existam áreas de sombra, isto é, onde a rede ainda não vai funcionar.

De acordo com a Entidade Administradora da Faixa (EAF), as cidades de Florianópolis (SC), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) deverão estar aptas para receber o 5G até 29 de agosto.

Já as outras 15 capitais terão a tecnologia liberada até 28 de outubro. O prazo inicial de implementação no restante das capitais era até o fim de agosto, mas a Anatel postergou a implementação do 5G nessas cidades “com base em informações logísticas”, segundo a Agência.

Como funciona o 5G?

O 5G, ou a quinta geração da telefonia móvel, é a nova tecnologia de transporte de dados em rede envolvendo dispositivos móveis. Ela é a sucessora das gerações anteriores, o 4G, 3G, 2G e 1G.

Essas tecnologias funcionam através das chamadas “faixas”, que atuam como “avenidas” para a transmissão de dados, só que pelo ar. É por meio delas que o serviço será prestado. À CNN Brasil, o especialista em tecnologia Arthur Igreja explicou que o 5G permitirá novas conexões em uma pista “exclusiva” e com mais benefícios.

“Imagina uma faixa da estrada com veículos rápidos e lentos todos juntos. Ela seria nivelada por baixo. Agora, foi liberada essa ‘pista’ para veículos ultra-velozes com o 5G puro. Estamos falando de aparelhos que deverão ter antenas diferentes, além de antenas instaladas em diversos pontos da cidade, pavimentando essas rodovias”, destacou o especialista.

“Por conta dessas instalações, o 5G vai demorar para ser implementado no país todo. No começo, nós vamos experimentar muito o sentimento de ter que trocar de pista, pois o usuário pode estar em uma região da cidade que não tem a antena”, acrescentou.

O que muda?

Em algumas regiões do Brasil, o 5G já compartilha a faixa de transmissão com o 4G, mas isso faz com que ele não seja pleno. Isso mudou desde mês passado, quando Brasília anunciou a implementação do “5G puro”.

O 5G tem diferenças significativas para com o 4G e as outras tecnologias de internet móvel anteriores. Entre as principais delas estão a velocidade e baixa latência.

Segundo Eduardo Neger, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), a conexão mais veloz permite uma resolução e qualidade melhores de imagem e som em vídeos.

Além disso, a baixa latência também é um ganho para os usuários que desejam conteúdos mais rápidos e sem ter que lidar com atrasos e pausas bruscas durante algum programa que estiver assistindo, por exemplo.

“A latência é o atraso no tempo de resposta de um aparelho, aplicativo ou site”, explicou Neger. “Quando a resposta da rede é mais rápida, você consegue fazer coisas como cirurgias a distância ou operar máquinas e veículos autônomos”, disse.

Segundo os especialistas, também será possível melhorar os serviços que usufruem da chamada Internet das Coisas (IoT), desde sistemas de pagamentos até a viabilização de carros autônomos.

Outras alternativas são soluções para serviços públicos, como o acompanhamento de consumo de água ou de lâmpadas de postes.

A velocidade e a latência do 5G ainda devem beneficiar atividades como a telemedicina e o agronegócio, com a melhoria das aplicações em tempo real nestes setores.

“Nós temos uma série de aplicações em tempo real que não podem ter esse atraso. Ou seja, imagina um médico realizando uma cirurgia à distância manipulando um braço robótico, ele precisa ter uma precisão absoluta, um feedback instantâneo”, destacou o especialista em tecnologia Arthur Igreja.

Já para o agronegócio, a redução da lentidão entre as redes permitirá uma melhor operação à distância de maquinário pesado, com mais suporte à conexão entre os dispositivos.