MUTIRAO DE EMPREGOS NA AGENCIA DO TRABALHADOR DE CURITIBA - MAIS DE 1000 VAGAS OFERTADAS

Bem Paraná – Rodolfo Luis Kowalski | 06/03/2023 às 23:00

O mercado de trabalho paranaense é, em questão de gênero, um dos mais desiguais de todo o país. É o que revela um Boletim Especial do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o qual aponta que as mulheres, as trabalhadoras do Paraná, recebem um salário, em média, 28,2% menor que o dos homens, os trabalhadores do estado. Entre todas as 27 unidades federativas do Brasil, apenas três apresentam uma disparidade salarial tão gritante quanto a do Paraná.

O estudo, intitulado “As mulheres no mercado de trabalho brasileiro”, foi divulgado ontem e elaborado com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para o 3º trimestre de 2022. Conforme o Dieese, “mais um 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, se aproxima sem que haja avanços para serem comemorados”.

Uma das constatações do estudo, por exemplo, diz respeito ao fato delas ainda ganharem salários consideravelmente menores que o deles. No país, enquanto o rendimento médio real mensal das mulheres ocupadas (em vagas formais ou informais no mercado de trabalho) era de R$ 2.305, o dos homens era de R$ 2.909, uma diferença de 21%. Essa desigualdade, no entanto, é ainda maior no caso paranaense.

Entre as mulheres do Paraná, o rendimento médio real mensal apurado foi de R$ 2.359, enquanto entre os homens esse valor ficou em R$ 3.285. Isso significa que as trabalhadoras paranaenses recebem um salário 28,2% menor do que o dos trabalhadores do sexo masculino, uma desigualdade salarial que só é percebida em nível parecido em estados como o Mato Grosso (onde as mulheres recebem 32,1% menos que os homens), Goiás (com diferença salarial de -30,2%) e Espírito Santo (-28,3%).

O rendimento das paranaenses (R$ 2.359) também é o menor entre as mulheres da região Sul (no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina elas recebem, em média, R$ 2.556 e R$ 2.633 por mês) e fica em 6º lugar no ranking nacional, atrás de Mato Grosso do Sul (R$ 2.417), São Paulo (R$ 2.746) e Rio de Janeiro (R$ 2.810), além de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Entretanto, quase um terço das mulheres do Paraná (29,8% do total, mais precisamente) sobrevivem com até um salário mínimo por mês. Essa proporção é maior entre mulheres negras (35,6%) do que entre não negras (27%). Além disso, mais de um terço (34,1%) das trabalhadoras estão ocupadas em vagas informais no mercado de trabalho.

Dieese
Taxa de desocupação entre as paranaenses é uma das menores do Brasil

Os dados do Dieese mostram ainda que o Paraná contava, no terceiro trimestre de 2022, com cerca de 4,9 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 2,8 milhões faziam parte da força de trabalho.
Entre a força de trabalho, 2,6 milhões de mulheres estavam ocupadas, atuando em vagas formais ou informais no mercado de trabalho. O número de desocupadas, por outro lado, era de 182 mil, o que representa uma taxa de desocupação de 6,7%.

Na região Sul, apenas Santa Catarina apresentava uma taxa de desocupação menor entre elas (de 4,7%, enquanto no Rio Grande do Sul esse porcentual era de 7,7%). Já no Brasil, apenas o Mato Grosso (5,2%) e Rondônia (6,1%) tinham uma taxa menor que a paranaense, sendo que no país esse porcentual era de 11%, em média.

Estado emprega 3,6 mil mulheres em janeiro e lidera ranking nacional
A Rede Sine estadual, que concentra as Agências do Trabalhador e postos avançados, colocou no mercado formal de trabalho 3.619 mulheres em janeiro , um aumento de 16% em relação ao mesmo período em 2022, com 3.119.

O número de mulheres empregadas no primeiro mês do ano representa 32,25% dos 11.223 empregos ocupados por elas em todo o País em janeiro via rede Sine nacional.

Com este resultado, o Paraná mantém seu lugar no topo do ranking de empregabilidade dentro deste recorte, com uma vantagem de 178,60% sobre o segundo colocado, o Ceará, com 1.299 colocações, e 218,29% superior ao terceiro, São Paulo, que registrou 1.137 vagas formais no mesmo período. Minas Gerais e Rio de Janeiro registraram, respectivamente, 527 e 70 vagas ocupadas por elas.

No comparativo entre os estados da região Sul, o Paraná empregou 380,95% mais mulheres que o Rio Grande do Sul (950) e 1.302,7% a maios que Santa Catarina (258).

No recorte etário, a quantidade de jovens entre 18 e 29 anos encaixadas em vagas de emprego no Paraná representou 35,84% do total de mulheres empregadas em janeiro. De todas as 4.407 mulheres nessa faixa empregadas durante o primeiro mês do ano, 1.938 estão no Paraná. O Estado do Ceará aparece em segundo com 759 colocações, seguido por São Paulo, com 439 de encaixes na mesma faixa de idade.

O Paraná foi o estado que mais empregou mulheres em 2022 no Sul do País, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – o recorte é diferente porque nesse caso é o saldo entre contratações e demissões, e não apenas contratações.

Foram criados 67.185 postos de trabalho formais para elas, o que representa 56,86% de todas as 118.149 colocações com carteira assinada registradas no Estado durante o ano passado. Em 2021, as mulheres foram responsáveis por 51,43% das vagas geradas no Paraná, um crescimento de mais de cinco pontos percentuais entre os dois anos.

Emprego
Mutirões nas regionais

Nas regionais Boqueirão e Pinheirinho, mulheres que estão em busca de relocação no mercado trabalho podem se candidatar a vagas em mutirões de emprego que vão acontecer hoje e amanhã. Hoje, na Rua da Cidadania do Pinheirinho (Avenida Winston Churchill, 2.033 – Capão Raso), serão realizados dois processos seletivos das 9h às 12h e das 13 às 16h Mutirões de emprego: Risotolândia (20 vagas) e Droga Raia (30 vagas) No Boqueirão (Rua da Cidadania do Boqueirão – Av. Mal. Floriano Peixoto, 8430), amanhã, o processo seletivo (costureira industrial tem10 vagas disponíveis); Processo seletivo – Grupo Condor 100 vagas disponíveis.