Entre 2019 e 2023, o número de beneficiários que procura por terapia ocupacional cresceu de forma representativa, gerando um aumento na demanda por esse tipo de serviço na saúde suplementar. Com isso, a despesa média anual, em termos nominais com os procedimentos por beneficiário, mais que dobrou no período, saltando de R$ 1.10699 para 2.264,20, respectivamente. As informações são do novo estudo especial do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) – Evolução e impacto econômico da terapia ocupacional para beneficiários de planos de saúde.
A análise tem como base os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), publicados no Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, considerando todas as faixas etárias, sendo que a maior concentração de procedimentos se deu nos grupos de crianças de 2 a 4 anos e de 5 a 9 anos, além de uma distribuição significativa na região Sudeste.
O resultado mostra que a variação de beneficiários atendidos por esse tipo de procedimento deu um grande salto. Para se ter uma ideia, tendo como parâmetro o ano de 2019 com valor 1,00, nos demais houve crescimento constante: em 2020 (1,07), 2021 (1,48), 2022 (2,0) e 2023 aumentou em 2,59 vezes.
Em relação ao índice de procedimentos realizados com TO, a variação seguiu a mesma tendência e foi mais acentuada a partir de 2021, aumentando em 1,71 vezes em comparação a 2019 (1,00). Seguiu subindo em 2022 (2,46) e foi 3,90 vezes maior que o primeiro ano da análise em 2023.
“Nos últimos anos tivemos um aumento significativo em diagnósticos relacionados a Transtorno do Espectro Autista (TEA), maior conscientização sobre essa questão, bem como o aprimoramento nos métodos diagnósticos e mudança nas regras de cobertura. Entendo ser um tratamento importante e necessário, mas é crucial o uso consciente de terapias ocupacionais para garantir a qualidade dos resultados terapêuticos e a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar com um todo”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
Além da despesa média anual com TO ter mais que dobrado, em termos nominais, entre 2019 e 2023, com aumento de 105% (de R$ 1.106,99 para R$ 2.264,20), em termos reais o impacto também foi bastante representativo. Durante o período analisado houve aumento de 54% quando corrigido pela inflação, com aumento de R$ 794,19 na despesa média anual por beneficiários.