- SEGS.com.br – ** Por Grazi Piva – Sábado, 22 Janeiro 2022 08:05 – Escrito ou enviado por Luana Bárbara da Silva
Você já deve ter parado para pensar – como é difícil estar perto das pessoas novamente após tantos meses trabalhando em formato home office sem socializar com as pessoas em um mesmo ambiente. O termo “antissocial” passou a ser abordado e inserido na sociedade, pois fomos forçados, pelo menos em termos físicos a nos isolarmos por conta de uma pandemia. Como resultado, muitas pessoas estão achando bem estranho qualquer interação social pessoal – principalmente quando nos sentamos em uma sala com outro ser humano.
Uma pesquisa realizada pela Escola de Negócios ISE Business School, revelou que 80% dos gestores aprovaram o trabalho remoto e gostariam que a prática fosse permanente, porém, essa mesma análise apresentou que para alguns a flexibilidade de horários aumentou a produtividade e a qualidade de vida. Já para outros, lidar com a família e os afazeres domésticos durante o trabalho, elevou o estresse e os níveis de ansiedade.
Algumas empresas estão retornando gradualmente para trabalhar de forma híbrida em seus escritórios, garantindo a segurança e a saúde dos colaboradores, essa é a principal missão das companhias nesse momento. Com o isolamento e home office nós rompemos três fatores fundamentais para as relações sociais. As transformações e cumprimentos as readaptações levarão a humanidade a uma reflexão muito importante. São elas:
Corporeidade: com o isolamento as tecnologias digitais foram a solução encontrada para a manutenção do trabalho. No entanto, os sinais corporais que ajudam na comunicação são parcialmente perdidos em reuniões realizadas através dos aplicativos corporativos, por exemplo.
Qualidade comunicativa: outro efeito foi o incentivo para que falemos continuamente, evitando os silêncios constrangedores nas reuniões virtuais, por exemplo. Hoje em dia perdemos a sensibilidade mais intuitiva para conversar.
Tempo: a nossa relação com o tempo também foi extremamente afetada, pois não temos mais contato com o ritmo das outras pessoas, baseando-nos apenas em nossa própria rotina. A sensação é de que o tempo parou e na incapacidade de planejar o futuro, a sequência de acordar, trabalhar, estudar, realizar as demais tarefas do cotidiano se repetem ininterruptamente.
O que está sendo chamado de “preguiça” ou “desencantamento” tem relação justamente com essas transformações. Passamos por uma nova adaptação, dessa vez com relação a disponibilidade de estarmos com outras pessoas e construir um diálogo e tudo isso pode causar uma certa ansiedade nas pessoas, o que é normal neste primeiro momento.
Essa intoxicação digital que fomos inseridos causou muitas dificuldades psicológicas e perdas. Então socializar novamente com as pessoas será um processo de readaptação muito importante e digo mais, dolorido, pois somos seres humanos que se relacionam.
Hoje as pessoas buscam uma forma de trabalho que ofereça bem-estar, benefícios psicológicos e nós percebemos que em alguma momento, os colaboradores sentiam saudades de estar com os demais colegas de trabalho no mesmo ambiente, mas também buscam qualidade de vida. Por isso, que durante todo o processo de volta é importante sermos pacientes e gentis com todos e lembrar da resiliência social que começa a se revelar diariamente.
** Diretora executiva de desenvolvimento de relações humanas e pessoas da EDC Uni