O Sincor-MS realizou recentemente a eleição da diretoria que vai comandar a instituição nos próximos dois anos. A partir da posse no início de 2022, deixa a presidência do Sincor-MS Arnol Lemos Filho e assume José Fernando Bairros Faracco.
A assessoria de comunicação do Sindseg PR/MS entrevistou o novo presidente sobre as perspectivas do mercado segurador no Mato Grosso do Sul, a situação do Sincor-MS e os principais projetos que a nova diretoria pretende implementar.
Sindseg PR/MS – Por que o atual presidente não saiu candidato à reeleição?
Fernando Faracco – O Arnol (presidente que está deixando o cargo) quando foi disputar o Sincor-MS na gestão anterior já era compromisso de campanha dele que não houvesse reeleição. Embora a gestão dele tenha sido muito eficaz e profícua, a insistência foi grande que ele se candidatasse a reeleição, mas ele manteve o compromisso.
Sindseg PR/MS – Qual é a situação atual do Sincor-MS?
Fernando Faracco – No Mato Grosso do Sul são mais ou menos de 800 a 900 corretores. Mas com a mudança na legislação que desobrigou a sindicalização, a grande maioria abriu mão e deixou de contribuir provocando uma retração grande de receita. Com isso teremos que reinventar a roda, fazer com que seja uma instituição que presta serviços para a classe, com certificação digital, plano de saúde, assessoria, enfim, nós vamos ter que fazer do limão uma limonada para que o Sincor-MS seja autossustentável e tenha vida perene.
Sindseg PR/MS – Quais as principais ações para revigorar a instituição financeiramente?
Fernando Faracco – Vamos ter que fazer a tarefa de casa com mais afinco. A ideia é internalizar o plano de saúde e com isso pretendemos ter um spread para que tenhamos uma receita. Esse plano atualmente é da Unimed e a cobrança é feita pela própria operadora. A proposta será adaptar o plano trazendo o serviço de cobrança para nós, e com isso, negociar um percentual para rentabilizar a instituição.
Hoje nós formamos um patrimônio considerável fruto de um trabalho de gestões anteriores e uma das propostas nossas é tentar vender esse patrimônio que hoje tem uma despesa fixa considerável e, nessa venda, comprar um imóvel em área urbana com potencial de exploração econômica que trazer uma receita extra.
Sindseg PR/MS – Qual o trabalho de orientação aos corretores feito pelo Sincor-MS?
Fernando Faracco – Também era nosso plano fazer um projeto sobre sucessão, não necessariamente de pai para filho, seja horizontal ou vertical, mas fomentar a cultura de planejamento sobre sucessão empresarial entre os corretores. A gente sentiu muito isso na pele com a pandemia porque nós perdemos aqui no estado mais de oito colegas, e dentre eles, alguns que não estavam com o plano de sucessão em andamento ou que não tinham nenhuma previsão nesse sentido e que o trabalho vai ficar ao léu. Então estamos batendo bastante nessa tecla para despertar a atenção em nossos colegas de que é preciso estabelecer um plano de sucessão para deixar os clientes mais seguros do que já estão.
Sindseg PR/MS – Qual a sua visão sobre as perspectivas do mercado segurador do Mato Grosso do Sul?
Fernando Faracco – Num passado, todos nós que ingressamos ao ramo de corretagem de seguros viemos por conta de um produto chamado automóvel. Hoje já vemos uma série de opções, que tem aberto um leque muito grande para todos nós. O nosso estado tem um perfil de agronegócios, então temos percebido que o mercado de seguro de agro é um ramo que tende a expandir muito.
Um outro fator muito positivo que temos sentido aqui no mercado é que o Mato Grosso do Sul está sendo brindado com algumas mega indústrias de papel e celulose trazendo outras indústrias correlacionadas. Portanto tenho impressão que o mercado de seguro de transporte vai sofrer uma demanda boa.
O Mato Grosso do Sul é um estado novo, tem quarente e poucos anos. A força da agroindústria vai chamando outras indústrias, como frigoríficos, processamento de grãos e armazenamento. Então eu tenho comigo que Mato Grosso do Sul a médio prazo tende a despontar bastante em seguros de outros ramos além do automóvel.
Sindseg PR/MS – A pandemia provocou aumento dos seguros de proteção à pessoa no Mato Grosso do Sul?
Fernando Faracco – O seguro de vida sim. Nós temos inclusive colegas corretores que fizeram uma reengenharia dentro da corretora para atuar com mais intensidade no seguro de vida. Já o seguro de saúde aqui no estado é muito recente e ainda falta ter um pouco mais de cultura porque a Unimed aqui tem um peso muito grande, é dominante na região. Então, de certa forma, isso inibe e atrapalha um pouco. Mas já percebemos algumas movimentações até de alguns colegas corretores de seguros operando única e exclusivamente no ramo de saúde.
Como o senhor avalia a parceria do Sincor-MS com o Sindseg PR/MS no estado?
Fernando Faracco – Nós estamos no mesmo mar embora em barcos diferentes, mas as águas que navegamos são as mesmas. Então não podemos abrir mão de estreitar esta relação porque juntos nós construímos um mercado. E a medida em que a gente tem uma relação estreita, temos um fluxo de relacionamento, de desenvolvimento e de cultura para o mercado consumidor.
Quando fui convidado para atuar na atual diretoria como diretor de comunicação (Fernando é o atual diretor de comunicação e será o novo presidente a partir da posse), eu fiz uma leitura de que nós precisaríamos dar os braços e as mãos para que pudéssemos promover eventos com mais frequência e com mais bagagem sob todos os aspectos – técnica, autoconhecimento, etc. – e o mercado deve uma aceitação muito grande. Fomos muito felizes nesse sentido.
Conseguimos trazer o Murilo Riedel, presidente da HDI, conseguimos trazer vice-presidentes de outras companhias, coisa que no passado era algo quase impossível. Então com a qualidade que nós conseguimos, despertou interesse na direção das empresas de participarem e de estarem aqui conosco.
Desejo que continuemos de braços dados para ter essa relação mais próxima possível e poder repetir o que aconteceu na gestão do Arnol. Eventos com qualidade, com bagagem, além de agradecer à diretoria do Sindseg PR/MS pelo apoio que sempre nos deu.