Revista Apólice – Data de publicação – 5 de janeiro de 2024

É notório que as companhias do mercado de seguros estão atribuindo uma ênfase crescente à inovação, refletindo uma tendência mais ampla e indicando que as empresas estão não apenas reconhecendo a importância da inovação, mas também intensificando ativamente seus esforços na busca por práticas e soluções inovadoras. 

Nesse sentido, é relevante destacar que a cultura da inovação deve ser desenvolvida progressivamente, exigindo que a empresa adote uma postura aberta a novos desafios. Por isso, é crucial que a organização esteja disposta a assumir riscos, buscar experiências e explorar novas ideias.

A Lei do bem como peça-chave para a inovação 

Rafael Costa

Lei do Bem é, atualmente, o maior incentivo de fomento à inovação ofertado pelo Brasil. Por meio dela, é possível obter uma reserva tributária para reinvestir e cada vez mais ganhar faturamentos sobre os resultados alcançados através da elaboração de projetos inovadores. Para quantificar a aplicação deste incentivo, para o ano-base de 2022, o Fl Group, consultoria especializada na gestão de incentivos de fomento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), respaldou projetos para empresas do setor financeiro que ultrapassaram a marca de R$ 400 milhões destinados à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Esse compromisso resultou em cerca de R$ 150 milhões em renúncia fiscal para essas empresas, o que significa que, em média, para cada R$ 1,00 investido, R$ 0,37 foi revertido para novos investimentos.

Ao contrário do que muitos ainda pensam, para se usar o real potencial do incentivo as empresas precisam pensar além da redução tributária. É preciso mudar este mindset, trazendo à tona a importância de utilizar a Lei como uma ferramenta estratégica, para desenvolver melhor os projetos, controlá-los e obter maior visibilidade do todo.

Os desafios inovativos do setor de seguros

Todo e qualquer setor da economia possui desafios. Entretanto, ainda que pareça um contrassenso, a ampla disponibilidade de soluções e alternativas tecnológicas para estes desafios podem também representar uma dor, uma vez que estabelecer critérios e métricas para o start, correção de rumo ou encerramento de projetos, programas ou portfólios de inovação, é uma tarefa que exige organização e leitura de dados e informações estratégicas que influenciam ou poderão influenciar o portfólio de inovação da empresa. 

A ausência de ferramentas adequadas para gerenciar e monitorar o progresso desse processo pode resultar na perda de várias oportunidades para as empresas, seja em termos de retornos financeiros ou no amadurecimento do ciclo de inovação dentro da instituição.

Estudos realizados pelo FI Group mostram que, com o uso adequado da tecnologia e o monitoramento oportuno no processo de integração da inovação, é possível observar um aumento nos investimentos das empresas. Por exemplo, ao analisar as empresas da área de seguros apoiadas pelo FI Group, foi constatado que o uso contínuo do incentivo da Lei do Bem resultou em um crescimento nos investimentos de 22% em 2021 e 30% em 2022, em comparação com os anos anteriores. 

Isso significa que, quanto mais a cultura de inovação for implementada, maior será a disponibilidade de caixa para novos projetos. Esse resultado é de extrema importância no processo decisório, especialmente em um cenário onde as empresas precisam diversificar sua oferta de soluções para um público cada vez mais exigente.

Em suma, é claro o crescimento sustentável do mercado de seguros. No entanto, nota-se, ainda, que as empresas do setor podem fomentar ainda mais os seus investimentos de inovação usando tecnologias de acompanhamento e um monitoramento tempestivo.

Desta forma, quanto mais o acompanhamento em tempo real é realizado, mais é possível entender a importância da inovação, obter a ideia do seu retorno e reinvesti-lo, possibilitando um ganho maior e gerando competitividade entre as empresas seguradoras. 

* Por Rafael Costa, Country Director do FI Group