Notícias | 10 de fevereiro de 2023 | Fonte: CQCS l Ítalo Menezes

Uma ex-moradora de rua que teve o nome usado em um golpe de seguro de vida avaliado em R$ 1,4 milhão, em 2017, na cidade de São Carlos (SP), foi encontrada morta na última quinta-feira (9). Cristiane da Silva, de 43 anos, estava em casa quando seu companheiro a encontrou desacordada. O Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU) foi acionado, mas a mesma já estava sem vida. As informações são do site G1. 

Em 2017, Cristiane foi envolvida em fraude no Seguro de Vida. Segundo a investigação, os suspeitos usaram os documentos e simularam a morte de Cristiane para conseguir o dinheiro de seis contratos que somam R$ 1.070 milhão. O líder do esquema era o ex-agente funerário Eduardo Bezerra, que contou com a ajuda do genro, Thomaz Pogogelski, que é ex-funcionário de uma seguradora, e a filha de Bezerra, Sarah Pogogelski, que seria a beneficiária dos seguros. Os três foram condenados em janeiro. 

Ainda segundo a apuração da polícia, Eduardo Bezerra conheceu Cristiane, que vivia em situação de rua e lhe prometeu ajuda, levando-a para fazer RG e outros documentos. Em outubro, Thomaz Pogogelski adquiriu seis apólices de seguros de vida em nome de Cristiane. A beneficiária seria a dona de casa Sarah Pogogelski, filha do ex-agente funerário. Em janeiro de 2017, o ex-agente teria convencido o médico Hugo Caniblai Gusmão a fornecer uma falsa declaração de óbito de Cristiane, que apontava morte súbita como a causa da morte. O endereço do ex-agente foi colocado como sendo da residência da mulher declarada morta.

Com o atestado de óbito e documentação, o ex-agente funerário preparou um caixão, que foi lacrado, e fez o enterro no cemitério Nossa Senhora do Carmo. Ele ainda fez o pagamento dos custos do serviço e pagou pelo R$ 1.548,18 pelo túmulo. Após denúncias, a Polícia Civil começou a investigar o caso, que foi enviado ao Ministério Público Estadual (MPE) e a Justiça autorizou a exumação do caixão, onde foi encontrado uma pedra e uma almofada no lugar do corpo. 

Bezerra, a filha dele e o genro foram condenados em janeiro deste ano pela Justiça de São Carlos. Eles cumprirão pena de prestação de serviços à comunidade por três anos e quatro meses, com jornada de 30 horas semanais, e pena pecuniária de três salários mínimos em favor de uma entidade. O médico Hugo Caniblai Gusmão, que na época assinou o atestado de óbito, fez um Acordo de Não Presunção Penal (ANPP) com o Ministério Público e teve o processo contra ele extinto.