As projeções para o PIB 2022 e 2023 não sofreram alteração em relação à semana anterior, permanecendo em 0,30% e 1,50%, respectivamente.
Sonho Seguro – Por Denise Bueno -21/02/2022 16:31
A semana começa com volatilidade nos mercados financeiros e expectativa com dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos, pressionando os indicadores macroeconômicos. O principal deles é o IPCA. A mediana da projeção do Boletim Focus para o IPCA deste ano subiu pela sexta semana consecutiva, passando de 5,50% para 5,56%, no boletim divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 21. Para 2023, a mediana permanece estável em 3,50% pela terceira semana consecutiva. As projeções para o PIB 2022 e 2023 não sofreram alteração em relação à semana anterior, permanecendo em 0,30% e 1,50%, respectivamente. Para a Selic, a estimativa do Focus foi mantida em 12,25% a.a. para 2022 e 8,00% a.a. em 2023.
“As tensões voltaram a se elevar quanto a um agravamento da situação entre a Rússia e a Ucrânia, com ações na região parcialmente controlada por rebeldes e com movimentos militares de forças russas na fronteira e em países vizinhos. Nesta semana, as movimentações diplomáticas devem ser intensas, mas a incerteza quanto aos próximos acontecimentos continuará afetando os mercados. O reflexo nas bolsas internacionais indica um início de semana conturbado, sem direção definida, com alta volatilidade nos preços dos ativos”, comenta Priscila Aguiar, economista da CEM – Comissão de Estudos de Mercado da CNseg.
A economista destaca que os dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos também ajudarão a dar o tom dos mercados nesta semana. Na quarta-feira (23), o IBGE divulga o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, prévia da inflação oficial, que ainda deverá vir elevado, pois a metodologia do IBGE coleta os reajustes na Educação em fevereiro. “Com isso, a alta dos preços acumulada em 12 meses deverá se manter acima dos 10%, com sinais mais persistentes pelo menos até maio, quando é esperado uma desaceleração com a retirada da bandeira extra de crise hidrológica, que impacta o IPCA em quase 1 p.p.”.
A taxa de câmbio também é destaque no boletim desta segunda-feira. A valorização do Real ao longo da semana passada, que surpreendeu pela intensidade, deve-se a vários fatores, desde a tendência de alta da Selic, reforçada pela Ata do Copom mas hawkish (duro), gerando operações de carry-trade (aplicações de curto prazo em renda fixa), o potencial de alta nas commodities que beneficiam as exportações brasileiras e até entrada de recursos para aplicações no mercado de renda variável.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.