12/04/2018 / FONTE: CQCS | Sueli Santos O segundo – e último dia – do 7° Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro deu continuidade aos debates sobre o assunto. Entre os assuntos discutidos pelos congressistas foi inovação. No painel “Inovação e tendências” participaram Rodrigo Freire de Sá, diretor Global de Desenvolvimento de negócios da Hyperloop Transportation Technologies, Mathias Jugen, presidente Swiss Re Brasil Resseguros com a coordenação de Renato Campos, diretor-geral da Escola Nacional de Seguros. Campos destacou a participação da Escola Nacional no evento. “O evento está se consolidando cada vez mais e a participação da escola é motivo de grande satisfação. Fizemos o sorteio de uma bolsa de estudo. No painel pudemos discutir uma tecnologia revolucionária”, destacou. O diretor Global de Desenvolvimento de Negócios para a Hyperloop Transportation, Rodrigo Freire de Sá falou sobre a dificuldade de se locomover com o trânsito congestionado e acidentes em estradas. Ele detalhou o projeto do trem que utiliza levitação passiva magnética. O primeiro trajeto a sair do papel deverá ser o entre as cidades de Abu Dhabi e Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, mas a construção de uma ligação entre São Paulo e Campinas também está em estudo pela empresa. Em relação aos custos, Rodrigo afirmou que é o equivalente a um terço do custo de um trem de alta velocidade, custando cerca de US$ 15 milhões por quilômetro. O presidente da Swiss Re Brasil, Mathias Jungen, mostrou as transformações pelas quais o mundo e o seguro atravessam. Ele lembrou que há 40 anos 83% dos seguros eram relativos a bens físicos, atualmente, estes representam apenas cerca de 13%, havendo um peso bem maior na cobertura de bens intangíveis, como dados e propriedades intelectuais. Isso gera demandas por novos tipos de cobertura e enormes desafios para a indústria seguradora que precisam ser encarados.
Transações Estruturadas
Em outro painel do congresso, Daniel Veiga, diretor de Subscrição Specialties do IRB Brasil Re, Frederico Knapp, CFO & COO Latin America da Swiss Re Brasil Resseguros, Pedro Farme, vice-presidente de contratos da JLT Re Brasil e Francisco Vogt, diretor de Produtos e Resseguros da Chubb compartilharam opções estruturadas de resseguro, e falaram sobre os desafios e as necessidades do mercado do mercado nacional. Entre as soluções apresentadas estão as de contingência, que se aplicam ao mercado brasileiro quando se analisa o acesso ao capital num momento de estresse. Farme explicou que o Contingency Capital e Contingency Debt são duas formas de estruturar o acesso pré-determinado a um certo volume de liquidez, seja via aporte de capital ou aporte no caixa da companhia num momento de estresse. Trata-se de soluções estruturadas com derivativos financeiros e, por isso, exigirão o entendimento com órgãos regulatórios – Susep, CVM e B – para estruturar uma regulação conjunta. Outro assunto discutido foi sobre colocações Facultativas no Ambiente Competitivo. Participaram do debate Francilene Freitas, gerente executiva do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, Marcio Ribeiro, sócio-diretor Facultativos da Capsicum RE Brasil. A mesa foi coordenada por Thisiani Martins, diretora técnica da XL Catiln. Os especialistas discutiram o aspecto jurídico da contratação do seguro e a importância da boa fé de estabelecer este contrato. Indefinições jurídicas também tiveram espaço no congresso. Washington Silva, diretor jurídico e de Compliance do Grupo Zurich Brasil, Marcelo Mansur Haddad , sócio do escritório Mattos Filho Advogados e André Tavares, sócio do escritório Tavares Advogados discutiram sobre descasamento dos prazos prescricionais de seguros e resseguros. Na saúde suplementar, a discussão girou em torno dos novos modelos de Compartilhamento. Participaram desse debate o diretor ajunto da Agência Nacional de Saúde (ANS), César Serra, Rodrigo Botti, presidente da Terra Brasis Resseguro, Luiz Celso Dias Lopes, diretor-executivo Técnico NotreDame Intermédica. O debate teve a coordenação do advogado Antônio Penteado Mendonça, sócio-titular do escritório Penteado Mendonça e Char Advocacia. As Perspectivas do Seguro D&O também tiveram espaço no 7º Congresso de Resseguros. O assunto foi debatido por Celso Soares, head of underwriting da Zurich Seguros, Sergio Narciso, Senior Underwriter da Trans Re, Dennnys Zimmermann, sócio do F. Torres & Associados, Cassio Gama Amaral, sócio do Mattos Filho Advogados e Ilan Goldberg, sócio-diretor da Chalfin, Goldberg, Vainboim & Fitchener Advogados Associados. A mesa foi coordenada por Marcos Fugise, vice-presidente da Fenaber. Márcio Coriolano, presidente da CNSeg, destacou a participação no congresso. “O congresso vem crescendo a cada ano e a importância do resseguro é notável.Todos sabem que muitas linhas de seguro precisam do resseguro. O congresso é um ambiente formidável para debates”, destacou. A sétima edição do Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro expôs ao mercado brasileiro questões técnicas, políticas e econômicas de alto nível. O evento foi realizado pela Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), contou com apoio institucional da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e da Escola Nacional de Seguros, o congresso ainda apresentou os impactos das recentes alterações regulatórias, além das mudanças climáticas e do seguro agrícola. Os ramos de saúde suplementar e D&O também ganharam visibilidade neste grande debate de temas estratégicos para o desenvolvimento do setor como um todo. Foram, ao todo, mais de 700 operadores atentos às discussões.