Revista Apólice – Data de publicação 5 de julho de 2023

O mercado de seguros tem imensa relevância social e econômica para o Brasil. Figura entre os maiores investidores institucionais do País, com reservas de cerca de R$ 1,5 trilhão, e está presente 24 horas por dia no cotidiano de pessoas, empresas e nos projetos governamentais, oferecendo garantias e proteções necessárias aos investimentos, à conclusão das grandes obras e ao amparo à saúde e à vida da população, além de formar poupança para assegurar um futuro mais tranquilo para as famílias.

armando
Armando Vergílio

Protagonistas desse processo, as 58 mil empresas corretoras de seguros e os 73 mil corretores de seguros pessoas físicas em atividade no Brasil atuam como assessores, consultores, conselheiros e orientadores dos clientes, dos quais conhecem todas as demandas. E ainda ajudam a conscientizar a população sobre a necessidade de estar protegida por apólices de seguro.

Mas, mesmo com tantos números expressivos, o setor ainda enfrenta um grande desafio: atender a todas as camadas da população, especialmente as de menor poder aquisitivo, em todos os recantos do País de dimensão continental. Historicamente, o mercado vem buscando superar essa barreira, mas sem obter sucesso até agora. Sobretudo, faltam produtos adequados. Há, contudo, a convicção de que a inovação está, progressivamente, mudando esse quadro, abrindo novas portas para que o mercado de seguros possa, enfim, cumprir sua missão.

Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) está atenta a esse processo e trata a questão como prioridade. Nesse aspecto, analisa o Open Insurance como um instrumento que pode ser indispensável e valioso, especialmente agora que foi assegurada a participação do corretor de seguros, após o CNSP substituir a figura das Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS) pelas Sociedades Processadoras de Ordem do Cliente (SPOC).

Como há uma série de requisitos para que o corretor de seguros atue como SPOC, incluindo patrimônio mínimo, capacidade tecnológica e rigoroso processo de credenciamento na Susep, a Fenacor pretende unir forças com a ENS, o Ibracor e com outros players interessados em viabilizar e garantir a atuação da categoria no Open Insurance. Surgirá, então, o OpenCor Brasil, que é a primeira SPOC do mercado brasileiro.

O OpenCor Brasil, que vai credenciar os corretores de seguros que desejarem atuar no Open Insurance, integra os serviços disponibilizados pela IPR Brasil (Infraestrutura Brasileira de Proteção a Riscos), lançada pela Fenacor, pela ENS (Escola de Negócios e Seguros) e pelo Ibracor (Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros), com o objetivo de oferecer soluções, ferramentas e plataformas tecnológicas para que a categoria esteja preparada para as novas exigências do mercado.

Com essa estrutura, que complementa o Plano Nacional de Desenvolvimento do Mercado Segurador (PMDS), iniciativa da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) em conjunto com as mais importantes instituições do mercado, incluindo a Fenacor, o corretor estará apto e capacitado para acompanhar o ciclo de vida dos contratos, da assinatura ao pagamento da indenização.

Dessa forma, poderemos conduzir a indústria do seguro a outro patamar, mais próximo da realidade mundial.

* Por Armando Vergílio, presidente da Fenacor