Sonho Seguro – Por Denise Bueno -14/12/2021 12:44
A inflação de novembro mais baixa que o esperado – ainda que dezembro possa trazer surpresas – e a comunicação mais dura do Banco Central provocaram os primeiros recuos nas projeções do Focus para o IPCA em quase 10 meses. “O trabalho de “reancoragem” por parte da autoridade monetária depois dos efeitos adversos do furo do Teto de Gastos, definitivamente, começou. O IPCA, divulgado na sexta-feira, desacelerou de 1,25% em outubro para 0,95% em novembro, ficando abaixo das expectativas do mercado. A pressão permanece nos combustíveis, enquanto as surpresas baixistas se concentraram nos grupos Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas, influenciados pelas reduções de preços que, segundo alguns analistas, podem ser atribuídas aos descontos da Black Friday, criando um risco de efeito de recomposição desses preços em dezembro”, avalia Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.
Segundo Simões, o tom mais duro em relação à inflação (hawkish, na linguagem do mercado) ficou claro em trechos do comunicado que acompanhou a decisão. O economista cita que o Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
“Como comentamos na Conjuntura CNseg n. 58, há uma chance significativa de que os efeitos da atividade em desaceleração, política monetária contracionista e redução da bandeira hídrica impactem o IPCA ao longo do primeiro semestre, fazendo com que a inflação ceda de maneira mais fácil ao longo do ano que vem”, aposta.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal da CNseg.