A vida atual, cada vez mais tecnológica, desafia o mercado segurador a pensar novos produtos. “Trata-se de um ritmo intenso de mudanças. Com isso, nossos produtos precisam evoluir e ter cada vez mais dinamismo para lidar com novos cenários, entre eles, o de riscos cibernéticos”, disse Luiz Fonseca, diretor da FenSeg (Chubb), na abertura do workshop “Riscos Cibernéticos – A Lei Geral de Proteção de Dados e os Impactos nos Diversos Produtos”, realizado na semana passada pela Federação Nacional dos Seguros Gerais (FenSeg).
Para Flávio Sá, mediador do primeiro painel sobre riscos cibernéticos, o avanço da tecnologia e dos meios digitais são um desafio, mas também uma oportunidade para o mercado de seguros. “O Brasil é o quinto país do mundo em ataques cibernéticos. Proteger esses dados e saber como proceder para criar apólices é ponto chave”, avalia.
Segundo os presentes, a LGPD corrobora para mais investimentos visando o atendimento da legislação. As apólices devem prever danos decorrentes de riscos cibernéticos em razão da própria evolução tecnológica e “robótica”. Por isso, é necessário o mapeamento dos riscos em cada carteira para o devido tratamento.
Mapear eventos, checar sua magnitude e seus danos foi destacado como processo desafiador para os presentes. A partir de 20 de agosto de 2020, todas as empresas deverão se enquadrar à LGPD. “Estar numa conduta adequada a lei ajudará na proteção de ataques hackers. E também na manutenção de sua reputação frente aos clientes, sem danos à receita destas companhias”, avalia Fabio Protássio, um dos debatedores do terceiro sobre painel “Impacto dos Riscos Cibernéticos no Mercado de Seguros”.
Mediador do mesmo painel, Gustavo Galrão disse que o mercado para riscos cibernéticos está aquecido. “A demanda já tem crescido bastante por conta da LGPD e as expectativas são de que esse crescimento significativo venha de maneira bem rápida. Esse movimento vem em linha com as exigências da nova lei e alinha também em uma maior celeridade na cultura e criação desse mercado”, avalia o executivo.
O aumento do número de ataques de hackers veiculados na mídia e o recente endurecimento das leis de proteção de dados preocupam segurados e seguradoras. Diversas pesquisas de mercado apontam que os riscos cibernéticos são uma das maiores preocupações da atualidade.
Mais de 100 pessoas participaram dos debates que aconteceram no auditório da Escola Nacional de Seguros. O evento foi composto por quatro painéis: “Riscos Cibernéticos”; “Lei de Proteção de Dados (LGPD); “Impacto dos Riscos Cibernéticos no Mercado de Seguros” e “Cyber Liability”.