- JRS – 5 horas atrás – Ana Carolina Peuker é fundadora e CEO da BeeTouch
Ambientes de trabalho psicologicamente seguros e atenção com a saúde mental dos colaboradores favorecem produtividade e engajamento
Os riscos psicossociais constituem um grande desafio de segurança e saúde no trabalho. Esses riscos, diferentemente dos físicos, químicos e biológicos, não são facilmente identificados. Somados ao estresse, repercutem negativamente na saúde dos indivíduos, das organizações e no desenvolvimento das nações. Apesar de custarem cerca de 1 trilhão de dólares à economia global todo ano, segundo dados da OMS, as questões relacionadas à saúde mental são negligenciadas em termos de investimento, tanto pelo tabu atrelado a este tema, mas também porque muitos gestores não sabem como agir diante disso.
No entanto, as empresas podem atuar de forma efetiva, abordando o tema como uma questão organizacional e não um problema individual. Os riscos psicossociais podem ser geridos como qualquer outro risco de saúde e segurança no trabalho. No Brasil, isso ainda é um tema novo. Foi para auxiliar as organizações a construírem uma cultura de atenção primária à saúde mental que surgiu a BeeTouch, pioneira na mensuração digital de risco psicológico e em avaliações psicológicas digitais. Desde 2012, a startup oferece ferramentas ágeis e eficientes para gerir o risco em saúde mental dos colaboradores por meio de data science, aliando inteligência, precisão e qualidade na análise de resultados.
“Ainda estamos sensibilizando os gestores sobre a necessidade de “abrir” canais para abordarmos o tema da saúde mental, para redução do estigma e estímulo à busca precoce de ajuda. Mas, não podemos reduzir a complexidade que envolve o tema da saúde mental à discussão de transtornos mentais comuns, como a depressão e a ansiedade. Tais transtornos devem ser abordados, mas temos muito a explorar e a realizar neste âmbito. Especialmente, no que tange às estratégias preventivas, ao rastreio precoce e à gestão dos riscos psicossociais”, pontua Ana Carolina Peuker, psicóloga e fundadora da BeeTouch.
Segundo dados da Agência Europeia de Saúde e Segurança no Trabalho, cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o estresse uma situação comum no local de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho perdidos. Da mesma maneira que outras questões de saúde mental, o estresse não é rastreado adequadamente nas organizações. Existem muitas condições de trabalho que agravam tais riscos psicossociais, por exemplo, cargas de trabalho excessivas, insegurança laboral, comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas, assédio psicológico ou sexual, preconceito racial, de gênero, religioso, classe social, entre outros.
As organizações devem ser responsáveis por instituir medidas, cumprir medidas legais, definir padrões de conduta de ação, sistemas de identificação de demandas, que garantam a integridade destes trabalhadores. É necessário uma abordagem sistêmica, com método e acompanhamento longitudinal de indicadores, com ciclos de melhoria contínua. Um ambiente psicossocial positivo ou um “ambiente psicologicamente seguro” favorece a produtividade, o engajamento, o desenvolvimento pessoal, além do bem-estar integral (físico e mental) dos trabalhadores. A Bee Touch rastreia, através de software, os riscos psicossociais para garantir sua rastreabilidade e gestão. Por meio da tecnologia, é possível diagnosticar as fontes de estresse, entre as quais podem estar escondidas o preconceito, o mobbing, a insegurança laboral, o assédio e a violência no trabalho.
Uma abordagem preventiva, integrada e sistemática da gestão dos riscos psicossociais é a “regra de ouro” para garantir a competitividade dos negócios e a saúde dos trabalhadores. Os riscos psicossociais são mais complexos e difíceis de gerir do que os riscos – físicos, químicos e biológicos – amplamente abordados pela área de saúde e segurança no trabalho. A Bee Touch tem como missão contribuir para que as empresas disponibilizem um “EPI” – equipamento de proteção – neste caso, o “i” é de invisível, que protege contra os danos psicológicos aos colaboradores. O “estressômetro”, por exemplo, é uma ferramenta com um caráter lúdico, que permite o rastreio dos níveis e fontes de estresse.
“Entendemos que os riscos que podem culminar em problemas psicológicos são dinâmicos. Por isso, precisamos de tecnologia e metodologias ágeis para rastreá-los e geri-los de forma eficiente. Hoje, os efeitos negativos do trabalho remoto e da hiperconectividade, são vivenciados por muitos trabalhadores e gestores. Nosso trabalho pode envolver mais de uma etapa, que vai desde a sensibilização, diagnóstico, elaboração de um “mapa” digital dos riscos, análise preditiva até a implementação do plano estratégico e o monitoramento dos indicadores, tudo através de uma plataforma digital que consolida os dados e permite o acompanhamento e melhorias contínuas”, conclui Ana Carolina.