Notícias | 30 de setembro de 2021 | Fonte: CQCS

Ao participar da edição desta quinta-feira (30/09) do programa “Mesa Redonda do Seguro”, o presidente da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser, afirmou que o mercado desembolsou ao longo da pandemia mais de R$ 4,6 bilhões para indenizar vítimas e seus beneficiários nos seguros de pessoas. “Estudo recente mostra que, no Brasil, apenas as perdas financeiras anuais relacionadas às vítimas da Covid somaram R$ 15 bilhões. Boa parte foi compensada pelo seguro, que assegurou a cobertura mesmo quando as cláusulas contratuais previam exclusões”, salientou. 

Ele disse ainda que o cenário criado pela pandemia sinalizou que, especialmente no âmbito da previdência complementar, “o planejamento de longo prazo também pode atender as necessidades de curto prazo”.  

Nasser explicou que isso ficou mais claro nos primeiros meses da pandemia quando o mercado foi diretamente impactado pela suspensão do pagamento de planos corporativos pelas empresas e, principalmente, pelo aumento significativo de resgates, valores usados para cobrir emergências financeiras. “Quando foram suspensas as contribuições e realizados resgates, fizemos a diferença. Surgiu outro fenômeno. A poupança passou a fazer sentido na vida das famílias. Antes da pandemia, essa poupança era direcionada para futuras viagens e outras atividades. Mas, depois, apareceu como oportunidade para investimento também. E a previdência passou a fazer a diferença na vida das pessoas. Na verdade, a previdência vem se reinventando desde o início da pandemia”, observou. 

Segundo ele, nesse contexto, será primordial o papel exercido pelo Corretor de Seguros. “Ele é o grande agente de transformação digital e pode agregar valor na vida das pessoas. Esse é o grande diferencial do Corretor, ser o consultor de benefícios. O digital ajuda muito e é fundamental. Mas, acreditamos no diferencial do contato humano. Somos e sempre seremos analógicos no relacionamento e o corretor é estratégico, pois tem o cliente ao seu lado, fazendo diferença para cliente e criando uma relação de confiança”, pontuou Nasser. 

Sobre o avanço do seguro de vida, apontado pelas pesquisas do mercado, ele comentou que, de fato, a sensibilização das pessoas aumentou muito sobre a importância do produto. Nasser lembrou que, na Europa, por exemplo, isso ocorreu após muitas guerras, que geraram muitas perdas para as famíias. “Aqui também estamos aprendendo na dor”, ressalvou.  

Já a respeito do Open Insurance, ele assinalou que “a questão que vale milhões” é: de quem é o cliente? “A resposta parece simples, mas depende dos players, de quem agregar mais valor. O mercado precisa ser suficientemente sustentável, com produtos adequados, com força para atender novas demandas. Serão abertos espaços para novos tipos de proteção. Mas, é preciso evitar o risco da florada do ipê branco, que dura um ou dois dias. É bonita, mas precisa se sustentar. Então, mais do que um modismo, essa abertura para novos modelos é bem-vinda. Mas, é preciso haver solvência, governança e responsabilidade com o cliente”, alertou. 

O bate papo foi mediado por Gustavo Doria Filho, fundador do CQCS. O presidente da FenaPrevi foi entrevistado pelos jornalistas Nicole Fraga (Revista Apólice); Paulo Kato (Revista Cobertura); Emmanuel Ramos (Blog do Corretor); Tatiane Pino (Seguro Total); Julio Filho (Seguros em Foco) e Sueli dos Santos (CQCS).