Valor Investe – Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo – 19/07/2021 00h01  Atualizado há 10 horas


Apesar de muita gente saber da importância de juntar dinheiro, poucas conseguem fazer isso mensalmente. A máxima de muitos educadores financeiros é baseada na lógica do “se pagar primeiro” ou “poupar como se fosse uma conta pra pagar“. Ou seja, escolher uma quantia para juntar mensalmente e já colocá-la no orçamento do mês como se fosse algum outro boleto. Assim que o salário cair na conta, aquela quantia vai para a poupança ou algum outro investimento. Na prática, no entanto, poucos conseguem tirar o plano do mundo das ideias. Para solucionar esse problema, uma fintech criou um sistema chamado de “poupança por assinatura“. Nele, o cliente escolhe quanto quer guardar por semana e faz o pagamento via cartão de crédito, como se fosse uma compra ou uma conta.

A adesão à “assinatura” é feita pelo site da Monis (que em breve também ganhará um aplicativo). Lá, o cliente faz um cadastro com seus dados pessoais e os dados do seu cartão de crédito. A partir daí, o usuário escolhe o quanto ele quer poupar semanalmente. O valores podem ir de R$ 25 a R$ 1.000. No final do mês, aparece na fatura do cartão de crédito os quatro pagamentos semanais feitos à Monis.

Segundo André Vilar, cofundador da empresa, os clientes são questionados, ao se cadastrarem, sobre o “destino daquele montante“. “Percebemos que as pessoas têm três sonhos principais: viagens de modo geral; comprar algo, como um celular, moto, reformar a casa; ou fazer uma reserva de emergência“, afirma. Ele explica que, ao ter clareza sobre a razão pela qual está poupando, o cliente tende a se engajar mais com isso e até mesmo aumentar os aportes feitos.

Foi por isso, inclusive, que a fintech disponibilizou a possibilidade de os clientes fazerem depósitos extras por meio de transferência ou Pix. “Percebemos que a partir de um ou dois meses usando a plataforma, as pessoas ficam tão empolgadas que querem guardar mais. Então usam o Pix para dar esse ‘upgrade’.

Segundo o executivo, as pessoas tendem a começar usando a Monis guardando R$ 50 por semana. Ele afirma, no entanto, que após três semanas a maioria aumenta a quantia “assinada”. Atualmente, o tíquete-médio dos aportes está na casa dos R$ 250 mensais, o que significa uma poupança de R$ 1.000 por mês.

Pra onde vai o dinheiro? E quanto rende?

Na prática, o dinheiro pago pelo usuário vai para um CDB de liquidez diária. Ou seja, um produto de renda fixa do mercado financeiro em que o cliente está “emprestando dinheiro para um banco”. No caso da Monis, o CDB escolhido foi um do PagBank, do grupo PagSeguro, que rende 100% do CDI (trocando em miúdos, o rendimento é colado ao da taxa básica de juros Selic).

Nesse tipo de investimento, há a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso significa que caso a instituição que emitiu esse CDB tenha algum problema (ou dê o chamado “calote”), o investidor recebe o valor investido até R$ 250 mil. Por ora, no entanto, como no caso da Monis o dinheiro é aplicado pela fintech, todo o valor investido por ela tem a garantia limitada a esse valor.

Vilar afirma, no entanto, que a companhia está desenvolvendo uma parceria com uma instituição financeira para que o investimento nos CDBs seja feito no nome de cada cliente da Monis. Na prática, isso significaria que cada um deles passará a ter essa garantia de R$ 250 mil. Para isso, ao se cadastrar na Monis, o usuário também abriria uma conta nessa instituição parceira. Vilar garante, no entanto, que a experiência continuaria a mais simples possível para o cliente.

Para resgatar o dinheiro, basta fazer o pedido no site da Monis. Segundo Vilar, não há perda caso o usuário resgate o montante antes de ter o suficiente para realizar aquele “sonho” informado no cadastro. Ele conta, porém, que, ao pedi-lo, os clientes recebem uma mensagem perguntando se eles têm certeza que querem abrir mão do dinheiro que iria para aquele determinado objetivo. “Muitos repensam e desistem de resgatar”, afirma o executivo.