Notícias | 21 de maio de 2021 | Fonte: CQCS
Os novos normativos para seguros de danos, sejam para massificados ou grandes riscos, estabelecidos pela Resolução 407/21 do CNSP e a Circular 621/21 da Susep, consolidam a posição do Corretor de Seguros como protagonista no processo de contratação, mas também aumentam muito a sua responsabilidade. A afirmação foi feita pelo diretor Executivo da FenSeg, Danilo Silveira, durante o evento técnico realizado pelo Sincor-SP nesta quinta-feira (20 de maio), para esclarecer dúvidas dos corretores de seguros a respeito desse novo marco regulatório.
Segundo ele, em linhas gerais, a legislação não mudou, mas o Corretor precisará ter total atenção, pois passa a ser “a figura central” na elaboração de produtos e nas demandas dos segurados que vai apresentar para as seguradoras.
Nos grandes riscos, por exemplo, com todo o clausulado passando a ser pactuado de forma livre, essa responsabilidade será ainda maior. “O Corretor precisará ter muito cuidado na análise de riscos e como deixar isso bem claro e documentado para o cliente. É muito importante que toda a oferta seja muito bem estruturada”, alertou o executivo.
O Corretor também terá participação mais efetiva nas condições contratuais de seguros massificados, pois entende as necessidades dos clientes e pode inspirar um combo de coberturas para determinados riscos.
Silveira ressalvou, contudo, que, embora o Corretor tenha seu papel “potencializado” com os normativos, será preciso considerar que as seguradoras tem padrões e prazos para cumprir, até em obediência a regras internacionais e aos contratos de resseguro, o que impõe limitações. “Vai ser uma negociação importante, mas sempre respeitando boa técnica”, acrescentou.
Nesse cenário, o Corretor será os “olhos e ouvidos” do cliente e responsável direto por toda a comunicação com as seguradoras. Assim, até mesmo no processo de estruturação de um combo de coberturas, especialmente nos seguros massificados, as seguradoras terão que recorrer à sensibilidade do Corretor para definir as melhores conjugações de coberturas e permitir que o produto seja bem aceito pelo consumidor. “ A montagem de produtos massificados passará pelo Corretor”, observou Silveira.
Ainda dentro desse contexto, nos grandes riscos, também com o seu papel potencializado, o Corretor terá que “mergulhar” na análise do risco do cliente para elaborar um plano adequado para cobrir todos os riscos, incluindo aqueles de alta severidade. “Corretor terá grande oportunidade. Não será mais o preço que vai prevalecer. Será a qualidade técnica, que passa a ser muito importante para o cliente”, frisou.
Silveira explicou ainda que as mudanças não serão implementadas da noite para o dia, até porque há uma limitação operacional no momento. As seguradoras terão que fazer adaptação dos sistemas, o que “é muito caro”. De qualquer forma, haverá liberação importante para o desenho dos produtos e dos combos. “A questão é como juntar tudo isso do ponto de vista operacional e tecnológico. As seguradoras terão que se estruturar. As normas trazem flexibilização, mas não impõem mudanças súbitas nos produtos atuais. A liberdade foi dada, mas todos os sistemas ainda estão estruturados para suportar as amarras da legislação antiga. Então, não haverá mudança radical no primeiro momento. Isso virá passo a passo. Mas, o mercado já conta com boa gama de coberturas e assistências, com produtos adequados. Mas, claro que poderemos melhorar esses produtos”, disse o diretor da FenSeg.
Além de Danilo Silveira, participaram do painel, que discutiu o tema “Produtos inovadores baseados na nova norma geral dos seguros de danos” a 2a vice-presidente e o 2o tesoureiro do Sincor-SP, Simone Fávaro e Carlos Cunha.
Na abertura do evento, o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, afirmou que a realização de painéis técnicos integra as ações que o sindicato vem adotando para ajudar os Corretores neste momento de “grande transformação” em todo o mundo”.
Segundo ele, o Corretor precisa estar atento a essas mudanças e aos desafios e enxergar as oportunidades. “A pandemia traz nova visão sobre seguro da parte dos consumidores. O nosso setor cresceu em 2020 mesmo com a economia do País em retrocesso. E continua crescendo acima de dois dígitos neste início de ano.”, enfatizou.