SEGS.com.br – Terça, 10 Mai 2022 18:55 – Escrito ou enviado por Armando Luís Francisco
Todos nós sabemos que a pandemia não veio sozinha, trouxe em sua sacola muitos malefícios econômicos, que evidenciaram prejuízos a nossa amada indústria.
Nesse ínterim, devíamos contabilizar os prejuízos e suprir os diversos paradigmas que afetam o mercado de seguros. Aliás, na nossa indústria a ciência atuarial concebe técnicas específicas de análise e conhecimento de matemática, principalmente estatística e financeira.
Com os dados em mãos, demonstrou-se que os lucros diminuíram, onde houve muitas seguradoras com prejuízos vultosos. A recomposição, portanto, foi necessária.
Felizmente, em um hiato de gratidão, não podia aqui deixar de parabenizar as pouquíssimas seguradoras, que obtiveram lucros verdadeiros e acentuados, ainda que a crise fosse geral. E essa medição é para os seguradores que sabem administrar com constância o resultado de suas empresas.
Até porque há desconfiança que a crise mascarou algumas realidades que já eram previsíveis sem ela. Um dos fatores mais cantados foi o abrir da caixa de pandora das demandas judiciais escondidas dos lucros dos balanços. Será que isso pode ter sido real?
Agora, com a mudança da técnica de diversas companhias seguradoras, onde praticamente todas seguem um modelo de aumento (taxas/prêmios), a demanda, também inserida na micro economia brasileira, deve vir com suas consequências.
Para isso, devemos lembrar o problema econômico fundamental e o fluxo circular de renda. Logicamente, em todo o momento, deveremos conhecer o mercado, que ficou intensamente mais volátil. Entre esses fatores estão a demanda, a oferta e o equilíbrio.
Basta afirmar que essa recomposição trouxe o aumento de despesas para o consumidor de seguros. Notadamente, em circunstância disto, a demanda deve ser medida em conjunto, para estimular a previsibilidade das unidades.
Depois de tudo isso, apenas como um aspecto econômico, lembrando um grande fator de consideração: a Elasticidade Preço da Demanda. Assim, esse indicador prioritário poderia ajudar na análise deste mercado.
Entre os fatores que podem afetar a demanda está o preço, onde o aumento causa redução na quantidade de objetos do seguro (apólices), na constância dos outros fatores (coeteris paribus).
A nossa sorte, porém, em virtude da mudança de direção da curva da demanda é a necessidade premente dos produtos de seguros. Apesar dos preços altos, os mais conscientes não ousam ficar sem essa proteção. Mas é um engano achar que simplesmente isso manterá o cliente disponível.
Uma dessas nuances ainda é a busca no mercado por melhores preços nas demais congêneres, sentindo-se, às vezes, a migração acentuada para os outros seguradores concorrentes.
No meio disso tudo está o corretor de seguros. A sensação, aliás, é que todos os jogadores estão sentindo o ir e o vir de rotinas de cálculos que concebem fechamento. Sem explicitar muito, sem massificação de novos clientes. Realmente, uma troca de players indesejável para todos.
Ainda mais, vou explicitar um pouco, para sermos corretos na afirmação: qual é o percentual de veículos segurados no Brasil, comparado com o número de automóveis registrados? Neste registro podemos afirmar que o número de apólices ainda é pequeno em comparação. Assim, com essa mudança de preços de nosso mercado, a curva da demanda ainda vai à esquerda, por sazonal que pareça uma grande estratégia, a recomposição acelerada de prejuízos, a ponto de poder encolher alguns produtos e seguradores.
E é justamente aí que a ferramenta da elasticidade do Preço da Demanda (EPD) poderá dar um rumo econômico à nossa indústria. Obviamente, sei que a nossa indústria trabalha com essa ferramenta atuarial e todas as outras nuances matemáticas que certifiquem a obtenção de taxas e prêmios, mas será que se entendeu e se prognosticou mesmo a mensuração futura? Ou houve um erro como fincado nos dois últimos anos?
As consequências do que aconteceu aqui em 2022 já devem se refletir ainda neste mesmo ano.
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros