23/08/2017 / Fonte: Augusto Rafael
 Muito se fala que as Insurtechs (referencia que se faz as empresas que usam tecnologia para criar ou melhorar maneiras de se operar um negócio de seguros) irão revolucionar o mercado segurador. E acredito que irão mesmo. Na história da humanidade, os últimos 20 anos foram marcados por mudanças na sociedade e na economia fortemente promovidos pelo uso da tecnologia. Na indústria de seguros, como qualquer outra, não será diferente.
As seguradoras maiores saem na frente pois podem de alguma maneira, financiar esse tipo de iniciativa ou até adquirir alguma Insurtech que apresente um modelo disruptivo e que faça sentido ao nicho que a seguradora atue. Isso se dá através dos braços de investimento dessas seguradoras, chamados de venture capital que tem a finalidade de investir nesse tipo de ação. Mundialmente, as empresas que mais apostam nesse modelo são AXA e MassMutual com 27 e 19 aquisições respectivamente desde 2013.
Esse tipo de aquisição faz todo o sentido para essas empresas, que ganham aceleração em alguns modelos de negócio e velocidade para colher algumas oportunidades que levariam tempo para serem aproveitadas. Existe também um outro lado da moeda que diz respeito à conexão dessas insurtechs ao modelo de tecnologia existente dentro das seguradoras, que potencializam resultados ainda maiores que a operação solitária daquela insurtech no mercado.
A aquisição de insurtechs através de venture capital está crescendo com muita força nos últimos anos. Em 2016 esse tipo de operação movimentou 830 milhões de dólares mundo afora e até agora (dados de julho de 2017), o mercado já movimentou 740 milhões de dólares. Ou seja, até o final do ano, os investimentos na aquisição de insurtechs deverão ser maiores do que o ano passado. Desde 2013, mais de 6 bilhões de dólares foram investidos.
O Brasil, embora com algumas seguradoras com iniciativas interessantes, ainda tem um ritmo mais lento devido a questões regulatórias, econômicas e políticas. Por outro lado, há muitas insurtechs com modelos de negócio leves e disruptivos criadas por brasileiros e que podem a qualquer momento engrossar os números acima mencionados. Naturalmente, se esferas Governamentais suportassem mais as iniciativas das insurtechs, o País estaria em uma posição privilegiada nesse momento tão importante.
Eventos mundiais, como o Insuretech 2017, que será realizado em outubro nos Estados Unidos são ocasiões imperdíveis tanto para as insurtechs quanto para as seguradoras estabelecerem conexões, aprofundarem o entendimento dos mercados locais e quem sabe, desenvolverem iniciativas de negócios. Marcarei presença nesse evento. Você me acompanha?