Crise coloca ainda mais pressão à indústria para responder a questões consideradas prioritárias nas próximas décadas, segundo Moody’s.

Por Denise Bueno -08/07/2021 07:28 

seguradoras consumidores

Uma sondagem recente da GlobalData, empresa britânica de análise e dados, mostra um declínio na reputação da indústria seguradora a nível mundial, em grande parte como resultado da resposta que os seguros deram à pandemia da Covid-19. De acordo com os resultados do estudo, um terço dos inquiridos considera que as suas opiniões sobre as seguradoras globais se tinham agravado substancialmente devido à pandemia. Globalmente, um total de 41% sentiu que a reputação das seguradoras piorou, enquanto 31% indicou melhoria. “A pandemia tem sido, sem dúvida, uma situação extremamente difícil para as seguradoras. As reclamações em algumas linhas dispararam e muitas linhas tornaram-se difíceis de segurar”, considera Ben Carey-Evans, analista de seguros na GlobalData. “A confiança dos consumidores sempre foi uma questão-chave para as seguradoras. Por conseguinte, não se podem dar ao luxo de permitir mais danos à sua reputação”, acrescentou Carey-Evans.

No Brasil, onde todos os esforços estão na conquista de clientes, os níveis de reclamações estão em patamares baixos e a disposição em atender as necessidades do consumidor em alta. Vamos ver se agora, com tamanha concorrência com a entrada de novos players, o setor realmente avança em número de clientes e penetração per capita de seguros. O jogo está dado. Só falta o governo colocar a política nos trilhos e assim conduzir a economia de forma próspera.

Uma análise da agência Moody’s revela que a pandemia de Covid-19 alterou a perceção que os consumidores (individuais e empresas) têm das seguradoras, colocando ainda mais pressão à indústria para responder a questões consideradas prioritárias nas próximas décadas. A recente disputa entre seguradoras e os segurados sobre lucros cessantes (BI-Business Interruption) relacionada com a Covid-19 realçou o desencontro, colocando o desempenho de muitas seguradoras aquém da expectativa dos seus clientes, traz o portal português ECO. A agencia espera que as seguradoras da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) se concentrem na inovação de produtos e na proteção contra riscos tais como cibercrime, alterações climáticas e pandemia. Um dos desafios apontados pelos analistas da Moody’s Investors Service é como satisfazer a procura de proteção contra riscos que se tornam mais difíceis de segurar, reduzindo ao mesmo tempo a lacuna de proteção (protection gap) existente entre o risco total e o risco segurado.