Notícias | 19 de janeiro de 2022 | Fonte: OMT
Investimentos em tecnologia de seguros aumentaram devido à pandemia
De acordo com o Inside Fintech Report de julho de 2021 da Distrito no primeiro semestre, US$ 49 milhões foram investidos em empresas de tecnologia no mercado de seguros, mais da metade do investido em 2020, US$ 92 milhões. De acordo com o informe, desde 2011, US$ 349 milhões foram investidos neste setor, mas em torno de 40% desse capital foi adquirido nos últimos dois anos.
Atualmente o mercado de seguros procura oferecer ao cliente uma boa experiência, que começa desde o primeiro contato. O aproveitamento das novas tecnologias tem um papel fundamental para atingir este objetivo, por isso se observa uma grande inversão neste segmento.
As inversões em tecnologia não só permitem uma melhor experiência ao consumidor com a desburocratização e a automatização dos processos de contratação, consultas e gestão, também permite que as seguradoras fiquem mais próximas aos segurados e aos futuros clientes.
De acordo com a Distrito, até 2020 foram mapeadas 113 insurtechs no país, 76 mais que as registradas em 2015:
- 54 delas atuam na procura de soluções tecnológicas para melhorar os processos das seguradoras,
- 35 oferecem serviços novos e inovadores,
- 16 atuam como canais de distribuição de seguros e
- 8 oferecem serviços adicionais para as empresas de seguros
No relatório de 2021, apenas 109 insurtechs foram mapeadas.
Essas empresas trouxeram grandes benefícios para o mercado de seguros tradicional, principalmente fazendo intermediação entre clientes e seguradoras ou gerando parcerias que garantem o aumento das vendas.
Muitas surgiram em hubs de aceleração independentes, outras foram criadas pelas próprias seguradoras, como a Porto Seguro, por exemplo. Mas, nos últimos anos, os principais incentivos para o desenvolvimento destas empresas foram a pandemia e a Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Ambas colaboram com o desenvolvimento tecnológico de diferentes formas e colocam o cliente no centro da operação, pois é ele quem decide qual cobertura contratar de acordo com sua capacidade econômica e com o tempo que quer ter o serviço.
A pandemia evidenciou a necessidade de ter proteções diante dos riscos. Os seguros mais procurados foram os contra roubos e furtos de veículos, principalmente nas cidades onde mais sinistros foram registrados; os seguros de vida que dispararam as contratações no começo da pandemia, e também os seguros de viagem. Outras coberturas que vêm ganhando espaço são para os celulares, por danos ou roubo.
Com o Open Insurance, objetivo da Susep para os próximos anos, a competitividade entre as empresas aumenta. Ao tornar disponível mais informações, há mais oferta de seguros e é possível para as seguradoras criar produtos que se adaptem aos diversos perfis de clientes e que satisfazem as exigências de cada um.
Além da maior oferta de seguros, surgiram desta situação importantes parcerias e fusões que beneficiam os clientes. Em 2020 o número de operações deste tipo triplicou e neste ano, continuam ocorrendo. As colaborações mais comuns foram entre empresas do setor financeiro com as do setor de seguros. Por exemplo, o Mercado Pago fez uma parceria com a Pitzi para oferecer seguros para celulares, e o Itaú hoje conta com mais de 15 parcerias para oferecer a seus clientes diferentes opções de seguro.
Também é frequente encontrar que algumas das grandes seguradoras procuram oferecer seguros para mais perfis de clientes. Algumas têm participação em nas insurtechs, como por exemplo a Porto Seguro na Segfy e na Connect Car, e empresas tradicionais criam novas insurtechs para oferecer serviços mais simples, flexíveis e ágeis para os clientes, como a HDI junto ao Santander Auto.
Como o cliente responde às novas propostas
Fazer cotações, preencher registro e aguardar as respostas das seguradoras continuam sendo ações necessárias para contratar qualquer tipo de seguro. Por anos, esse processo demorava bastante e requeria paciência do consumidor, a burocracia para a contratação de uma apólice para proteger o veículo ou uma casa fazia com que muitos preferissem correr o risco antes de iniciar o processo. Por isso, cerca de 70% dos veículos circulam no país sem nenhum tipo de cobertura.
Apesar das novas formas de seguro, como o seguro por tempo determinado ou coberturas pagas de acordo ao uso do automóvel ou à maneira como o motorista dirige, o número de veículos que não contam com proteção contra riscos é alto.
Os consumidores de hoje em dia continuam com o mesmo aborrecimento pela burocracia de contratação dos seguros. No entanto, no momento atual contam com mais informações sobre os seguros e mais critérios para fazer a contratação de uma apólice de seguro. Mesmo assim ainda há resistência às novas propostas e os clientes continuam pagando seguros entre 20% e 30% mais caros. Isto exige mudanças nas seguradoras tradicionais que evidenciem o benefício para os clientes e incentiva a criação de novos produtos e serviços.
Além de facilitar o acesso do cliente aos diversos seguros, tanto as seguradoras tradicionais como as novas Insurtech são conscientes que precisam modificar a percepção que o brasileiro tem sobre o seguro, que é necessário deixar de correr riscos e transferi-los a empresas que os assumem, e também precisam mostrar que apesar de não terem uma longa trajetória no mercado, são iguais de confiáveis que as seguradoras mais conhecidas.
Tendências atuais de consumo e seu impacto no setor de seguros
A recuperação do mercado de veículos continua em recuperação e mostrando crescimento nos últimos meses. Mas também é importante destacar as novas tendências de consumo, que apesar de evidenciar números baixos ao compararmos com a comercialização dos veículos tradicionais, carros e motos, significam uma grande oportunidade para o setor de seguros.
Nos primeiros seis meses deste ano foram comercializados 13.889 veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Apesar de representar somente 1,4% dos veículos vendidos, o mercado se mostra muito interessado neste tipo de automóveis.
De acordo com a pesquisa feita pela KPMG junto com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), 89,7% dos brasileiros desejam mais alternativas para poder comprar estes veículos e 53,5% disse que poderia ter um veículo elétrico por meio de uma assinatura. Outro veículo que está mostrando um crescimento considerável são as bicicletas elétricas. Até agosto, o crescimento na produção foi de 24,5%, de acordo com a Aliança Bike. Nos primeiros oito meses, 26.671 unidades foram comercializadas.
Como qualquer tipo de seguro requer conhecimento e produtos específicos, o que abre a possibilidade de desenvolver novos produtos adaptados exclusivamente a este setor.
Relatório Autoria OMT
Editora Melisa Murialdo