Revista Apólice
EXCLUSIVO – Para entender os principais motivos que levam os brasileiros a não contratarem seguros, a Youse encomendou uma pesquisa para a Opinion Box, que ouviu 412 pessoas que não têm seguro contratado em todas as regiões do Brasil. Os preços ou a falta de condição financeira estão entre os principais fatores citados entre os segurados.
“Nosso principal objetivo ao encomendar a pesquisa é entender as necessidades do consumidor e democratizar o seguro. Queremos também mudar a visão de quem se sente tranquilo mesmo não tendo nenhum tipo de seguro, pois é dever do mercado mostrar os benefícios e a importância de investir neste serviço, que garante estabilidade e é um investimento para as famílias”, diz Uribe Teófilo, gerente de Produto e Design na insurtech.
Corte de gastos, pandemia e desemprego foram os principais motivos para os entrevistados da pesquisa não contarem com um seguro. Nilton Dias, diretor Comercial da Seguralta, afirma que o seguro é a garantia de uma proteção capaz de cobrir as despesas necessárias e imediatas decorrentes de imprevistos. “Muitas pessoas olham para o seguro como uma despesa extra, mas, na realidade, o preço da proteção é um investimento bem menor do que os gastos para reparar os estragos de um problema que poderia ser prevenido. Assim, no caso de uma ausência repentina ou da perda de bens, o cliente e a sua família estarão imediatamente protegidos pela apólice”.
De acordo com a pesquisa, no caso do Seguro Automóvel, especificamente, quase metade (49%) dos não segurados citou o corte de gastos como principal motivo para não ter o serviço no momento. 19% falaram sobre a pandemia, 16% sobre utilizar pouco o carro, 12% estão em fase de pesquisas e outros 10% falaram que o desemprego é o motivo. “As estratégias adotadas pelas seguradoras para manter clientes ativos foram facilitar as formas de pagamento, aumentando o número de parcelas sem juros (tanto em cartão de credito e debito em conta). No caso das corretoras, a opção escolhida é reduzir algumas assistências como guinchos e reparos de vidros, uma vez que os veículos no período estão sem utilização”, diz Dias. Ele ressalta que ao fazer isso, as empresas reduzem o preço do seguro e o cliente mantém a cobertura.
Entre os principais motivos para ter um seguro, os entrevistados citaram ter confiança na empresa (33%) e resolver tudo sozinho pelo celular (28%). Para Rodrigo Borges, superintendente Comercial e de Produtos Vida, Previdência e Ramos Elementares da Seguros Unimed, essa é uma tendência acelerada pela pandemia, e o setor segurador deve investir em ações que proporcionem uma melhor experiência ao cliente. “Aqui na seguradora a inovação e o foco no cliente norteiam todas as nossas ações. O projeto Omnichannel, cujo objetivo é entregar uma experiência única na interação do consumidor com nossos serviços, com uma visão harmoniosa e unificada em todos os meios pelos quais ele interage com a companhia, é uma das nossas prioridades nos próximos anos”.
A pesquisa da Youse ainda apontou que mais da metade das pessoas entrevistadas que não contam com seguros pretendem contratar um no futuro (57%), com maior preferência por serviços de Auto (32%), Vida (26%) e Residencial (19%). Borges acredita que as pessoas estão desejando mais esses produtos por servirem de proteção ao patrimônio e a família. “Quando se contrata um produto Vida, por exemplo, não significa que os únicos beneficiados por ele serão os dependentes do titular. Esses seguros oferecem uma série de facilidades para a rotina do segurado, como assistência técnica 24 horas, benefícios para pets, clube de descontos e auxílio para o descarte correto de objetos”.
A maior parte dos entrevistados para o estudo (53%) fazem parte das classes D e E, com renda igual ou abaixo de R$ 3.636,00. Teófilo diz que para proteger essa parcela da população brasileira, é preciso que o mercado de seguros inove e pense além das proteções tradicionais, elaborando produtos com menor custo de aquisição e manutenção para o consumidor. “É necessário que sejamos capazes de informar para a sociedade o grau de prosperidade que o seguro pode oferecer para as pessoas. Se conseguimos introduzir esse tipo de cultura no Brasil, poderemos sonhar com um setor mais acessível para todos”.
Nicole Fraga
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