“Acreditamos que o setor está pronto para um período de crescimento proposital, apesar dos desafios macroeconômicos e estruturais assustadores, concorrência acirrada e interrupções contínuas causadas pela tecnologia”, afirmam os autores do estudo da consultoria EY
Sonho Seguro – Por Denise Bueno -20/01/2022 14:42
Após os dramáticos desenvolvimentos dos últimos anos, as seguradoras mostraram que podem realizar mudanças em larga escala em um ritmo mais rápido do que muitos veteranos do setor pensavam ser possível e podem lidar com desenvolvimentos inesperados, afirma o estudo 2022 Global Insurance Outlook da consultoria EY. “Acreditamos que o setor está pronto para um período de crescimento proposital, apesar dos desafios macroeconômicos e estruturais assustadores, concorrência acirrada e interrupções contínuas causadas pela tecnologia”, afirmam os autores.
Segundo eles, a COVID-19 demonstrou por que o setor de seguros é essencial – não apenas para a saúde econômica global e o aumento do bem-estar financeiro, mas também para proteger o que as pessoas mais valorizam. As decisões e ações que os líderes tomam hoje podem influenciar significativamente o futuro da indústria, as vidas e meios de subsistência de bilhões de pessoas em todo o mundo, enfatizam.
A edição de 2022 da série anual Global Insurance Outlook da EY reflete o momento dinâmico e orientado para o setor, com foco em seguros e ecossistemas abertos, transformação da força de trabalho e sustentabilidade. Embora essas três tendências especialmente poderosas estejam atualmente moldando o mercado, há também outras áreas em que as seguradoras estão encontrando oportunidades atraentes e, potencialmente, riscos mais severos do que os habituais, como mudanças climáticas mais severas e riscos cibernéticos com perdas que podem chegar a bilhões de dólares. Além de pandemias, como a Covid-19, que está entre os três custos mais elevados de pagamentos de indenizações no mundo em 2021.
A otimização de custos e capital continua imperativa, conforme evidenciado pelos recentes desinvestimentos estratégicos de muitas seguradoras líderes. No Brasil, por exemplo, temos exemplos como Itaú deixando de operar em grandes riscos e Bradesco se tornando sócia da Swiss Re Corporate Solutions neste mesmo segmento. As seguradoras de vida devem investir com visão de longo prazo os ganhos em crescimento de vendas nos últimos anos, enquanto as seguradoras de danos e responsabilidades, ou Property & Casualty (P&C), devem aproveitar um mercado cada vez mais disputado.
As seguradoras devem continuar a lidar com sua dívida de tecnologia digitalizando os principais processos, migrando para a nuvem e adotando modelos de fornecimento flexíveis, afirma o estudo. O cenário atual também é enriquecido por sua fragmentação; convergência e competição intensa, inclusive de um mix de players não tradicionais; e tendencia de parceria entre diversos players.
“As operadoras procurarão fazer parceria ou adquirir as insurtechs mais promissoras, e os bancos e gestores de ativos oferecerão mais produtos de proteção diferenciados em propostas holísticas de valor voltadas para o bem-estar financeiro, forçando as seguradoras a escolher entre colaboração e competição”, acrescentam os autores em comunicado divulgado.
Por fim, o setor de seguros deve procurar liderar com propósito e cumprir suas mais altas aspirações, principalmente após a pandemia COVID-19. As seguradoras precisavam estar presentes para os clientes e empreender mudanças em larga escala rapidamente para garantir que pudessem atender às pessoas necessitadas – e devem continuar a fazê-lo, principalmente se quiserem ajudar o mundo a se preparar para o aumento do risco climático.