Governo do Estado de São Paulo – 11 horas atrás
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Incêndios criminosos provenientes da queda de balão, uso irregular do fogo em atividades agropecuárias e o vandalismo estão entre os motivos que mais causam incêndios florestais em São Paulo, segundo dados do Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas publicado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.
Em 2021, por exemplo, mais de 76% dos 239 focos tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas, que culminaram com a queima de mais de 12 mil hectares de mata, sendo 9.986 dentro das Unidades de Conservação- UCs e 2.893 nas zonas de amortecimento. Em 2022, das 14 ocorrências registradas até agora, maior parte também está relacionada ao uso irregular do fogo.
Somente nos cinco primeiros meses deste ano, segundo dados da Policia Militar Ambiental, foram apreendidos cerca de 60 balões por meio dos patrulhamentos e atividades de inteligência e fiscalização. O número equivale a quase 53% do total de balões recolhidos no ano de 2021. Ao todo, 115 pessoas foram autuadas. Importante destacar que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios tanto florestais quanto urbanos é crime ambiental com pena de um a três anos de prisão ou multa.
O incêndio florestal prejudica a vegetação e causa a morte de animais silvestres, além de aumentar a poluição do ar, diminuir a fertilidade do solo, oferecer risco de queimaduras, acidentes com vítimas e causarem problemas de saúde na população.
Pensando nisso, desde 2010, o Estado de São Paulo instituiu o Sistema Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, que visa, dentre outras ações, a diminuir os focos de incêndio no Estado e estimular o desenvolvimento de alternativas ao uso do fogo para o manejo agrícola, pastoril e florestal.
Esse sistema, chamado de Operação Corta-Fogo, é composto por diversos órgãos e desenvolve uma série de atividades de forma permanente, de acordo com as necessidades e priorizações que cada período exige, dentro de um cronograma ao longo do ano.
Fases da Corta-Fogo
Fase verde (janeiro a março, novembro e dezembro): essa fase é dividida em duas etapas. A primeira delas, de janeiro a março, é dedicada a atividades de planejamento e início das medidas de prevenção e preparação. No final do ano, é realizada uma avaliação da temporada de incêndios e são iniciados os preparativos para o ano seguinte.
Fase amarela (abril e maio): a fase amarela requer foco nas ações preventivas e de preparação para enfrentar os incêndios florestais. Nessa fase, as atividades de treinamento, capacitação, elaboração e revisão de planos preventivos e de contingência ganham prioridade.
Fase vermelha (de junho a outubro): nessa fase, as ações de combate ao fogo e de fiscalização repressiva são priorizadas e as estratégias de comunicação e campanhas preventivas ganham reforço.
Participam da operação
A Operação Corta-Fogo conta com o apoio de diversos órgãos estaduais como a Coordenadoria Estadual de Proteção Defesa Civil (CEPDEC), o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar Ambiental, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Fundação Florestal (FF). A coordenação do sistema é realizada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, por intermédio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB). A articulação entre essas instituições ocorre por meio do Comitê Executivo, que tem como objetivo delinear ações integradas e complementares.