CQCS – Notícias | 10 de fevereiro de 2022 | Fonte: FDR
A Porto Seguro observa uma redução de sinistralidade (relação entre o preço desembolsado pela seguradora ante o total de seguros) no mercado de seguros. Isso tem acontecido diante da queda dos pagamentos relativos a adoecimentos graves e mortes por coronavírus.
De acordo com a Porto Seguro, ainda tem sido visto um ajuste nos prêmios, que já embutem “o entendimento da covid como endêmica”. A afirmação foi realizada pelo CEO de Saúde da Porto Seguro, Sami Fogel, durante teleconferência de resultados, nesta terça-feira (8).
No quarto trimestre de 2021, a sinistralidade do setor de saúde da empresa chegou a 78%. No mesmo período de 2020, o número tinha sido de 86,1%.
Apesar disso, ao considerar todos os segmentos de atuação da companhia, a sinistralidade elevou 7,7 pontos percentuais do quarto trimestre de 2020 para o de 2021.
Perspectiva sobre o mercado de seguros automotivo
Conforme a Porto Seguro, o setor automotivo teve uma piora na sinistralidade. Os motivos foram a inflação das peças e a grande alta no valor dos carros — devido à interrupção da cadeira produtiva das montadoras. Também foi citada a retomada da mobilidade aos patamares pré-pandemia de covid-19.
De 2020 para 2021, o pagamento de prêmios saltou de R$ 2,811 bilhões para R$ 3,077 bilhões.
De acordo com o CEO de seguros da Porto Seguro, Marcelo Picanço, há 20 anos, não era presenciado esse nível de alta do valor das peças de reposição.
Na avaliação dele, no curto prazo, isso impacta os resultados. Contudo, no longo prazo, isso pode ser positivo para a empresa — pois aumenta o preço médio do seguro.
Em análise, o Citi não acredita que, nos próximos meses, a grande sinistralidade no segmento automotivo se mantenha.
De acordo com o Bank of America, as restrições relativas ao coronavírus, a aguda elevação nos custos de reparos e o fraco crescimento das vendas de veículos devem seguir a pressionar os resultados do setor automotivo.
O banco ainda declara que a taxa Selic em dois dígitos deve elevar a concorrência em seguros. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa básica de juros para 10,75%. Essa foi a primeira vez, em quatro anos e meio, que a Selic ficou chegou a dois dígitos.