Sonho Seguro – Por Denise Bueno -26/02/2022 21:26 

Os acontecimentos dos últimos dias abalaram a todos profundamente. Poucos contavam com um guerra num momento em que era esperada uma comemoração com o fim da pandemia para o segundo semestre deste ano. Depois de tanta dor, mais uma situação extrema vem para abalar um mundo que ainda sofre com tantas perdas. De vidas. De saúde. Financeira. As resseguradoras, que compartilham riscos com seguradoras, clamam para o fim do conflito na Ucrânia, invadida pela Rússia, que poderá ser configurado como guerra.

“Uma guerra na Europa parecia para muitos como uma relíquia do passado sombrio. O ataque militar a Ucrânia transformou isso em uma amarga realidade. Especialmente neste momento, é tarefa de todos os amantes da paz mostrar unidade e apoio. Nossa total solidariedade para com as pessoas afetadas em Ucrânia e suas famílias. Apoiamos expressamente as sanções iniciadas pela comunidade ocidental de valores compartilhados – também sabendo que não ficarão sem consequências para as nossas economias. A prioridade agora é acabar com a guerra”, comentou Joachim Wenning, CEO da Munich Re, uma das maiores resseguradoras do mundo, em sua página no Linkedin.

A Swiss Re, que divulgou seu balanço na última sexta-feira, 25, respondeu perguntas sobre o impacto da guerra no setor. O presidente-executivo Christian Mumenthaler disse que a resseguradora não estava “particularmente exposta” a perdas de resseguros como resultado da guerra da Rússia com a Ucrânia, mas se recusou a definir sua exposição ou dizer quais linhas exatas de negócios ela tinha em qualquer país. “Vamos ver como as coisas se desenvolvem, mas não estamos acima do peso em nenhum sentido e as linhas que subscrevemos foram restritas por algum período de tempo”, disse o diretor financeiro do grupo, John Dacey, segundo informa o Financial Times.

O setor não tem como prever qualquer perda neste momento. Na economia, alguns contratos já começam a ser acionados. Como o cancelamento do GP da Rússia da temporada 2022 – embora os organizadores locais defendam que a prova está de pé. A decisão contou com amplo apoio dos pilotos, que também se pronunciaram em apoio à população ucraniana. A transferência da final da Champions League, marcada para o dia 28 de maio, em São Petersburgo, na Rússia, agora acontecerá no Stade de France, em Paris.

Outra situação com perdas causadas pelo conflito afeta a BRITISH AIRWAYS. Menos de 24 horas após o governo britânico ter fechado o seu espaço aéreo para aeronaves com registro russo, como parte das sanções aplicadas pela invasão da Ucrânia, a Rússia fez o mesmo com as companhias aéreas do Reino Unido, a partir da madrugada desta sexta-feira (25).

E assim, certamente veremos muitas perdas decorrentes deste conflito, desde uma simples viagem cancelada até parada das linhas de produção pela desabastecimento nas cadeias de suprimentos. Sem falar nos ataques cibernéticos. O Anonymous’, um grupo de hackers, declarou uma “guerra cibernética” contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin. O objetivo do coletivo, segundo a mídia internacional, é desativar vários sites do governo russo. Certamente haverá revanche.

Uma das informações já antecipada na coletiva da Swiss Re, que tem cerca de 10% de participação no mercado mundial de resseguros, é que as exclusões de guerra – isenções políticas usadas em todo o setor para perdas ou danos causados ​​por um exército invasor – provavelmente entrarão em jogo na Ucrânia.

A razão pela qual as apólices de seguro têm cláusulas de guerra é que as companhias de seguros não podem calcular com precisão os prêmios a serem cobrados por danos sofridos pela guerra. As companhias de seguros também não cobrem danos de guerra porque o custo dos sinistros pode ser astronômico, levando a empresa à falência.