N.F. Revista Apólice
A retomada da rotina, com a diminuição de casos de Covid-19 e o fim do isolamento social, trouxe de volta a sensação de insegurança para transitar pelas ruas e estradas do Brasil. Segundo dados do Grupo Tracker, os eventos envolvendo roubo e furto de veículos cresceram 15,89%, no primeiro semestre de 2022, na comparação com igual período de 2021. Os proprietários de motocicletas foram os que mais sofreram, uma alta de 93,35% nas ocorrências, seguidos dos donos de veículos leves (automóveis, jipes, pick-ups e SUV’s) (22,02%) e caminhões/carretas (2,95%).
No caso das motocicletas, o coordenador do Comando de Operações do Grupo, Vitor Corrêa, explica que a alta está associada ao número de veículos circulando. A frota cresceu 23,1%, nos seis primeiros meses deste ano. “Com mais motos expostas e mais pessoas trabalhando com delivery, esse segmento passou a ser ainda mais visado pelos criminosos”, afirma. Por outro lado, a categoria de caminhões não apresentou uma alta expressiva porque foi a menos afetada pela pandemia. “Nos dois anos de crise sanitária, o setor que praticamente não parou foi o de transporte. O que faz com que os dados de roubo e furto permaneçam estáveis”.
Os estados que apresentaram alta significativa de eventos com veículos leves foram: Santa Catarina (386,72%), Rio Grande do Sul (68,18%), Paraná (39,84%), Rio de Janeiro (39,15%), São Paulo (28,06%) e Minas Gerais (21,00%). “A retomada da rotina, com mais veículos em circulação, é o grande responsável pelo aumento da criminalidade neste setor”, avalia Corrêa.
A região com a maior frota do país, a Sudeste, foi também a que registrou um crescimento mais significativo de violência (22,14%). Foram 90,67% mais roubos e furtos de motos, aumento de 67,48% nos eventos com SUV’s, 26,28% de alta em veículos leves e 9,54% a mais de ocorrências com caminhões e carretas. “Há uma tendência do mercado brasileiro de adquirir cada vez mais modelos SUV’s. Por serem veículos mais caros e luxuosos, proporcionalmente, possuem peças com valores mais altos, e isso é levado em consideração também no mercado ilegal dos desmanches. Assim, focar nestas ações criminosas gera uma lucratividade maior para as quadrilhas especializadas, que começam a preferir esses modelos de veículos. O gradual crescimento da categoria nos últimos anos, com excelentes resultados de vendas, estimulam ainda mais os criminosos”, analisa Corrêa.
No Centro-Oeste o aumento de ocorrências no primeiro semestre foi de 12,35%, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. Esse número foi impulsionado, principalmente, pelo roubo e furto de caminhões e carretas, que cresceram 17,58%. “O agronegócio aqueceu o mercado de transporte de cargas na região e consequentemente o número de eventos cresceu”, explica o coordenador do Centro de Operações. No Sul, a alta foi de 5,31%, com destaque para os roubos e furtos de leves (68,82%).
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