Revista Apólice – Data de publicação – 20 de junho de 2023 – José Luiz de Oliveira Estevam, Marcos Novais e José Cechin
EXCLUSIVO – Na manhã desta quarta-feira, 20 de junho, aconteceu o 1º Café de Negócios do Sindiplanos, que reuniu em São Paulo assessorias, corretores de seguros, seguradoras, operadoras e representantes de entidades para debater o momento que vive a saúde suplementar. O evento contou com a divulgação da Freela, empresa criada pelas revistas Apólice e Cobertura.
Com tantas dificuldades vividas pelo setor nos últimos anos, os palestrantes falaram sobre quais ações devem ser adotadas para que cada vez mais brasileiros contratem um plano de saúde. “Desde a concepção, o cuidado pré-natal até o cuidado paliativo dos últimos momentos, a saúde suplementar está presente prestando serviço. Hoje não há informação clara, principalmente com o rol ampliado”, disse José Silvio Toni Junior, presidente do Sindiplanos.
Marcos Novais, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), afirmou que investir em uma comunicação transparente com a população é fundamental para o mercado crescer. “É preciso mudar a percepção da sociedade sobre como realmente funciona um plano de saúde. Mudar a imagem que as pessoas têm do nosso setor é importante para que elas entendam o quanto a saúde suplementar ajuda milhares de famílias. Além de investir na comunicação, é dever das entidades do mercado terem um diálogo direto com agentes do Governo para que eles conheçam nosso segmento e adotem medidas que nos favoreçam”.
Segundo o superintendente da Abramge, apesar de transparente, o modelo do índice de reajuste da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para planos individuais e familiares não atende a realidade do mercado. “O preço do produto é um fator determinante para as pessoas contratarem um plano. A receita do setor não cresceu significativamente nos últimos anos, mas as despesas, principalmente com a chegada da pandemia, aumentaram. Vejo a verticalização como uma das soluções para o cenário desafiador que vivemos”.
José Cechin, superintendente do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), abordou como as fraudes nos planos de saúde impactam o setor. As fraudes na saúde suplementar ocasionaram um prejuízo operacional acumulado de R$ 10,7 bilhões em 2022, o maior registrado nas últimas duas décadas de acordo com dados da ANS. ”Os corretores são a interface da operadora e representam o contratante. Eles podem levar o papel educativo, informar e aconselhar sobre a boa utilização do plano, evitando com que ações ilegais prejudiquem nosso segmento”.
Durante sua apresentação, Cechin também comentou sobre outros fatores que influenciam diretamente nos preços e na operação dos planos de saúde. ”A única certeza que temos é o crescimento dos custos da saúde. Há uma tendência de expansão no número de doenças crônicas na sociedade, devido ao aumento da longevidade. Em 2060, o Brasil terá de mais de 28% da sua população com mais de 65 anos. Além disso, o desenvolvimento da tecnologia aplicada à saúde impacta o mercado, pois com a modernização de procedimentos há um avanço da elegibilidade. Devemos pensar em medidas para enfrentar a escalada de despesas do setor”.
O diretor comercial do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica (GNDI), José Luiz de Oliveira Estevam, comentou sobre o momento atual da empresa e seu processo de verticalização. De acordo com o executivo, o desafio da operadora, que adquiriu 32 empresas, é realizar um processo de integração que façam todas funcionarem sob o mesmo sistema. ”A atuação da GNDI é focada em ser rentável com um trabalho focado no cliente, pois nosso objetivo é promover a acessibilidade na saúde suplementar. Para isso, contamos com 84 hospitais, 78 prontos atendimentos, 335 clínicas e 269 unidades de laboratórios espalhados pelas cinco regiões do Brasil”.
Segundo Estevam, desenvolver produtos que criem condições de vendas para o corretor e atendam a necessidade do cliente é fundamental para que o mercado cresça. ”No Brasil, em torno de 20% da população conta com um plano de saúde, enquanto nos Estados Unidos esse índice é de 70%. A manutenção da carteira, a verticalização, a eficiência nas despesas comerciais e a qualificação da oferta podem ajudar o nosso segmento a enfrentar esse momento delicado. Através da inovação e atualização da regulamentação, poderemos seguir cuidando da vida das pessoas”.
Nicole Fraga
Revista Apólice