30/01/2017 / Fonte: Capitolio  Os seguros personalizados para micro e pequenas empresas devem se expandir e gerar “um dos maiores retornos de 2017” para o setor. Seguradoras tendem a reforçar a atuação e investir nos novos negócios gerados com a falta de oferta de trabalho no País. Com mais de 1,3 mil vagas fechadas em 2016 e índice de desemprego a 11,9%, o chamado “empreendedorismo de necessidade” ganhou a atenção das seguradoras.
Segundo dados da Serasa Experian, de janeiro a outubro do ano passado, 1,7 milhão de empresas foram criadas – número recorde para o período desde 2010. Desse total, 78,9% (1,34 milhão) foram de Micro Empreendedores Individuais (MEIs). “Não há dúvida de que há uma demanda muito grande por seguros direcionados aos pequenos e médios empreendedores e, em momentos de dificuldade econômica, esse mercado precisa reforçar sua atuação”, identifica Felipe Smith, diretor executivo de produtos pessoa jurídica da Tokio Marine.
O executivo ainda destaca que, frente à geração de 77% dos empregos do País e com a perspectiva de que apenas 30% têm seguro empresarial, o segmento “é relevante” e precisa de atenção. Dados da última pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os pequenos negócios representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“O pequeno e médio empresário tem profissionalizado seu negócio. E um aspecto importante é saber mitigar os diversos riscos envolvidos. Para isso, existem diferentes modalidades de seguros no mercado, decisivas para a continuidade da operação em caso de um sinistro”, explica Paride Della Rosa, CEO da AIG Brasil. Ainda de acordo com os executivos ouvidos pelo DCI, apesar desse momento de crise e de muitas das micro empresas abertas não terem aguentado por muito tempo, “o momento de investimento é agora”. “De olho no potencial desse mercado e na demanda de produtos e soluções para o setor de serviços, passamos a investir, fortemente, no desenvolvimento de seguros específicos”, afirma Smith.
Ele destaca, porém, que ouvir os corretores e clientes do segmento para tentar conseguir “oferecer coberturas específicas que atendem às reais necessidades desse público”, são questões muito importantes e que precisam continuar acontecendo no mercado. “As análises são aprofundadas e seguem questões estratégicas importantes para cada segmento de mercado avaliado”, acrescenta o diretor. Para os executivos, as principais coberturas de destaque tendem a se relacionar ao seguro multirrisco empresarial – que protege a companhia de diversos riscos e preserva o patrimônio, abrangendo imóveis, equipamentos, mercadorias, móveis e utensílios. Informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que apesar de o seguro compreensivo empresarial mostrar recuo de 3,4% nos prêmios de novembro de 2016 frente igual mês de 2015 (de R$ 178,5 milhões para R$ 172,4 milhões), subiu 1,9% no consolidado dos onze primeiros meses do ano contra o mesmo período do ano anterior (de R$ 1,869 bilhão para R$ 1,905 bilhão).
De acordo com Della Rosa, a estratégia fundamental é aprofundar o relacionamento com os corretores e oferecer produtos personalizados, com soluções adequadas ao comportamento do mercado. “Um corretor cada vez mais especializado e técnico, com uma carteira de seguros diversificada, poderá mostrar a seus clientes como minimizar potenciais riscos que envolvem seu negócio, desde estarem protegidos contra eventuais erros cometidos por seus funcionários e gestores, até resguardar seu patrimônio contra incêndios, acidentes e roubos”, afirma o CEO da AIG.
“Em 2016, a perspectiva é de crescimento de 15% nesse segmento e de números ainda maiores para este ano”, afirma Smith, da Tokio Marine.
Altas consideráveis
Para Alexandre Camilo, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), os ânimos ainda estão “difíceis de melhorar” frente à turbulência do mercado, mas a perspectiva é de crescimento para este ano. “Ninguém conseguiria prever essa turbulência, mas o mercado segurador, por conta do dinamismo, comprometimento e até mesmo da criatividade, vai despontar uma alta mais considerável ao longo de 2017”, avalia o presidente. Ele destaca que, agora, o setor está “mais preparado”. “O segmento optou por pensar em várias maneiras de diversificar a oferta e os próprios produtos para os clientes durante a crise, tentando destacar a importância de se proteger. Assim, qualquer pequena retomada que dê sinais mais significativos, já estabiliza o nosso setor”, complementa Camilo.