CQCS – Notícias | 31 de agosto de 2023 | Fonte: Insurtalks
Com o rápido avanço da inteligência artificial, o mundo dos negócios tem experimentado benefícios significativos, como ferramentas mais eficientes, custos reduzidos e maior velocidade nas operações. Apesar disso, esse progresso tecnológico também trouxe consigo uma ameaça crescente: os deepfakes. Essa inovação, impulsionada pela explosão de programas generativos de IA, como ChatGPT, DALL-E e Bing, está sendo explorada por criminosos para perpetrar golpes de seguros e fraudar bilhões de dólares.
Preocupação com manipulação de imagens, vídeos e voz
Os deepfakes de hoje têm a capacidade de criar vídeos e áudios extremamente convincentes, que se assemelham de forma notável a pessoas reais. Isso abre as portas para uma série de fraudes e golpes que podem causar danos financeiros e de reputação substanciais a empresas e indivíduos. Uma das principais preocupações é a manipulação de imagens e vídeos de executivos, incluindo CEOs, que podem ser clonados por meio de IA generativa para criar deepfakes convincentes. Como essas figuras públicas estão inevitavelmente presentes na internet, ficam mais expostas a esse tipo de golpe.
Funcionário quase cai em áudio deepfake
Em 2020, uma empresa estrangeira quase se tornou vítima de um golpe após um de seus funcionários receber um áudio deepfake do suposto CEO, que solicitava “assistência imediata para finalizar um negócio urgente”. Por conta de situações como essa, as organizações devem ajustar suas estratégias de segurança para detectar e prevenir a criação de deepfakes.
Falta cobertura das apólices de seguro
Outra questão crítica é a falta de cobertura das apólices de seguro para danos causados por deepfakes. Muitas apólices atualmente só cobrem perdas relacionadas a violações de rede ou ataques cibernéticos, deixando um vácuo na proteção contra golpes de deepfake. Isso exige uma revisão das políticas de seguro para incluir explicitamente a prevenção e reparação de danos causados por deepfakes.
Custos dos crimes cibernéticos vão ultrapassar 8 bilhões de dólares
Além dos prejuízos que para a reputação, os custos do crime cibernético, incluindo fraudes relacionadas a deepfakes, estão atingindo níveis alarmantes. Segundo a Cybersecurity Ventures, espera-se que esses custos ultrapassem os 8 bilhões de dólares este ano, superando a produção econômica do Japão. Até 2025, esse número deve chegar a 10,5 bilhões de dólares. Portanto, é crucial que o setor de seguros se adapte a essa nova realidade e ofereça coberturas específicas para enfrentar a ameaça crescente dos deepfakes.
Adoção de tecnologia contra crimes tecnológicos
Para combater essa ameaça em crescimento, muitos players pensaram em “fogo contra fogo”, ou seja, algumas seguradoras estão adotando tecnologias avançadas, como a plataforma da insurtech BlockFrauds do Reino Unido. Esta plataforma utiliza blockchain para criar um ambiente confiável onde imagens, vídeos e documentos podem ser avaliados e compartilhados entre as seguradoras. Além disso, a análise de dados de voz ajuda a identificar potenciais riscos de fraude com base na forma como as pessoas falam e no contexto do áudio.
Legislação contra deepfakes
A ameaça desse “novo” tipo de tecnologia é tão perigosa que a China criou uma legislação para controlar o deepfake por considerar um “Perigo para segurança nacional e para a estabilidade social”. De acordo com as novas regras do país, as empresas que oferecem serviços de deepfake são obrigadas a solicitar a identidade real de seus usuários e as tornem obrigatórias quando forem vídeos manipulados, para evitar imbróglios.
A resposta aos perigos do deepfake deve ser rápida e inovadora
A proteção contra deepfakes não é uma tarefa simples, e isso pode resultar em custos adicionais para os segurados, mas os deepfakes representam uma ameaça séria e em constante evolução para as seguradoras e seus clientes. Para proteger empresas e indivíduos, é necessário um esforço conjunto que envolva aprimoramentos nas políticas de seguro, a implementação de tecnologias avançadas e a conscientização sobre os riscos. A resposta a essa ameaça deve ser rápida e inovadora, garantindo que o setor de seguros continue a oferecer suporte aos segurados em um ambiente cada vez mais digital e complexo.