A situação econômica também atingiu ao setor dos seguros, principalmente na carteira de automóvel: foi registrada uma queda de mais de 5 pontos percentuais.
Revista Apólice – 24 de novembro de 2020 10:44 0 Compartilhar
A estratégia atual das seguradoras se foca na renovação dos contratos e conservação dos clientes flexibilizando condições
A pandemia trouxe prejuízos para a maioria dos setores da economia e com certeza piorou a situação de muitas famílias brasileiras. Mesmo assim, existem alguns proveitos que os consumidores podem tirar consequência disso.
O impacto do Covid-19 na economia do Brasil foi importante, ainda que, como disse o ministro da Economia Paulo Guedes, a sua recuperação desde o impacto inicial tenha “superado as expectativas”. É que, embora as melhorias nas projeções, os números continuam sendo negativos. De acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI) o país vai encerrar o ano com uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) do 5%, sendo que estimativas anteriores esperavam uma baixa do 6,5%. Já para 2021 a IFI elevou a estimativa de crescimento do PIB de 2,46% para 2,8%.
O impacto da crise nas seguradoras
A situação econômica também atingiu ao setor dos seguros, principalmente nos seguros de carro. Na publicação Conjuntura n° 31 da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg) se reflete que, de janeiro a julho deste ano, a arrecadação dos seguro de automóveis registrou queda de mais de 5 pontos percentuais se comparado com o mesmo período do ano anterior.
Esta tendência não é igual em outras áreas de seguros. De fato os setores de seguros de vida e previdência destacam devido ao impulso da pandemia no crescimento deles. Num país com mais de 160 mil mortes por coronavírus e incontáveis perdas de emprego, muitos brasileiros sentiram a necessidade de contar com maior segurança financeira e com projeções ao futuro.
Redução no valor dos seguros de carro
O golpe nos seguros de carros faz com que as seguradoras estejam oferecendo condições especiais para aqueles que renovam suas coberturas durante a pandemia. Trata-se de um bom momento para um comprador de seguros de veículo devido às novas promoções e descontos disponíveis no mercado, com possibilidades de procurar por coberturas personalizadas.
Os desafios para as seguradoras foram, e continuam sendo, muitos. Em primeiro lugar os clientes com apólices já assinadas tiveram dificuldades para a quitação das parcelas do seguro, o que fez com que muitos resolveram cancelar o serviço ou reduzir a cobertura com modalidades de valores mais em conta. Além disso muitos outros cancelaram os serviço pelos simples fato de não utilizá-lo. É que muitas pessoas passaram a realizar a maior parte das suas atividades cotidianas desde casa (trabalho, educação, shopping e até assistência médica podem ser feitas à distância graças às novas tecnologias), o que levou a deixar o carro parado na garagem e correndo poucos riscos.
Ao mesmo tempo, o seguro de carro está sofrendo com a queda nas vendas de veículos novos, que significa a maior parcela de contratação de apólices. A indústria automotiva no Brasil fechou 23 mil postos de trabalho e a venda de carros registrados em 8 meses do ano sofreu uma baixa de 27,5% segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A boa notícia é que o mesmo organismo já vem percebendo melhorias: em outubro a venda de carros e veículos leves aponta um crescimento do 3,25% em relação a setembro. Em caminhões e ônibus o crescimento de vendas foi de 7,76% e o único grupo de registrou perdas foi a venda de motos com queda de -3,48%.
A estratégia atual das seguradoras se foca na renovação dos contratos e conservação dos clientes flexibilizando condições: ofertas de importantes descontos nas novas apólices e bônus aplicados na renovação com prazos de pagamento estendidos ou parcelas de graça. No cenário atual a lógica é simples: quem não oferece uma boa proposta perde o cliente. Veja algumas ofertas lançadas na pandemia:
– Seguros de auto da Bradesco: a contratação de novas apólices ou renovação autoriza o pagamento em até dez vezes sem juros na modalidade débito em conta bancária. A cobertura Seguro Auto Light tem um valor 30% mais barato do que as coberturas tradicionais e com atendimento e assistência via WhatsApp.
– Youse: a renovação durante a pandemia pode ser feita com 20% de desconto e liberação de assistências gratuitas independentemente do seguro contratado. Se oferece um pacote de seguro específico com coberturas mais básicas incluindo roubo, furto, incêndio e assistência. Comparado com os pacotes de serviços mais completos o cliente economiza 44%.
– Seguros Santander: para quem comprar um carro 0Km, a seguradora permite incluir o valor do seguro nas parcelas do financiamento do veículo. Assim o bem fica segurado até 36 meses sem precisar renovar a apólice a cada ano e diminuindo os custos mensais. A vistoria do carro pode ser feita de maneira 100% digital.
– Azul Seguros e Porto Seguro: para quem for cliente do cartão de crédito da Porto pode parcelar as contratações e renovações do Azul Seguro em até 12 parcelas sem juros. Ainda mais, a renovação tem 5% de desconto. No caso da Seguradora Porto é possível parcelar a renovação também em 12 parcelas sem juros com o cartão da Porto Seguros.
Muitas pessoas contam com seus corretores para se assessorar no momento de escolher a cobertura mais convenientes, mas mesmo quem não conta com um corretor de confiança pode realizar a sua própria comparação de mercado devido às novas tecnologias. Não deve existir no presente alguma companhia que não tenha no seu site ou aplicativo a possibilidade de simular o seguro para conhecer o preço antes de ser contratado. Na maioria dos casos o potencial cliente precisa preencher dados como idade, gênero, modelo de carro e cidade de moradia e poderá conhecer o valor da apólice. É claro que os custos vão mudar dependendo do tipo de proteção a ser escolhida.
Trata-se de uma boa oportunidade para contratar seguros de carro, especialmente no momento em que, atento que aumentou a circulação de veículos, vem crescendo o número de sinistros nas ruas e estradas do país. O Brasil ainda tem muito para crescer na cultura dos seguros levando em conta que, no último levantamento feito pela CNseg cerca de 70% dos carros que circulam o fazem sem nenhum tipo de cobertura.