Valor Econômico – 30 de Março de 2020
Seguro auto testa modalidade intermitente
As mudanças de comportamento trazidas pela Geração Y, que não enxerga mais o automóvel como um objeto de desejo, desafia as seguradoras que atuam na modalidade “autos”. “O cliente deseja tecnologia, aplicativos que o auxiliem na condução e na redução de riscos, quer coberturas enxuta no padrão de suas necessidades”, afirma Walter Pereira, presidente da comissão de automóvel da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Para Abel Colaço, sócio da consultoria Bain & Company, as seguradoras precisam controlar custos, melhorar a experiência dos segurados, competir com proposta diferenciada de valor e atuar em canais digitais. Em março, em palestra no Clube de Corretores de São Paulo, o presidente do Sindiseg-SP, Rivaldo Leite, recomendou aos profissionais que não mantenham uma dependência do seguro de automóveis. “A frota está em queda e os prêmios estão mais baixos. A dependência será mortal para todos”, alertou.
A tendência é o surgimento de novos produtos, que sejam formatados em meses, semanas ou até minutos. Em agosto, a Susep editou a circular 592, que autoriza contratos com período intermitente, que podem ser controlados por meio de aplicativos “liga-desliga”. Atenta às transformações, a Thinkseg fechou uma parceria com a multinacional Generali e lançou o modelo Pay Per Use, pelo qual, em dois minutos, o consumidor contrata uma apólice mensal, cuja precificação leva em conta o CEP e o modelo de carro. Além da taxa mensal, o motorista vai pagar por quilômetro rodado, que é calculado conforme o perfil do cliente. “É um seguro recomendado para quem utiliza de forma consciente o carro nas áreas urbanas”, diz Andre Gregori, CEO da Thinkseg. As coberturas são as mesmas oferecidas em um seguro tradicional.