Cobertura é cada vez mais procurada por clientes que buscam tranquilidade na hora de contratar uma apólice residencial
O mercado de seguros de Responsabilidade Civil (RC) mostra sinais de crescimento e amadurecimento. De acordo com dados da QuiGo, no primeiro quadrimestre do ano passado essa modalidade apresentou alta de 24,1% ante o mesmo período de 2021. Esse tipo de apólice consiste em proteger pessoas ou empresas contra reclamações sobre danos materiais, pessoais e morais decorrentes dos riscos cobertos, ocasionados a terceiros.
Dentro desse segmento, que pode incluir diversos tipos de cobertura, uma delas tem chamado a atenção de consumidores com maior poder aquisitivo, segundo Luiz Eduardo Halembeck, sócio fundador do Grupo Halembeck Seguros: “a cobertura de Responsabilidade Civil Familiar, cobertura oferecida junto com os produtos de seguro residencial”.
O motivo é que na ocorrência de eventos como incêndios, vazamentos acidentais de tubulações da residência segurada, acidentes com visitantes, e até mesmo problemas ocasionados por bichos de estimação, são imprevisíveis, podendo envolver importâncias consideráveis na reparação dos danos, o que, na visão de Halembeck, tem acendido um sinal amarelo nas pessoas para buscarem proteção.
“Imagine o prejuízo do incêndio em um apartamento, que além de perder todos os seus pertences e memórias, o proprietário ou inquilino será responsável pelo valor de reparação dos danos, materiais, pessoais e/ou morais, causados aos vizinhos devido ao efeito do calor do fogo, pela fumaça ou até pela água utilizada para combater o incêndio. É aí que entra o seguro de Responsabilidade Civil Familiar, que garante ao segurado o reembolso dos valores dispendidos para reparação dos prejuízos aos terceiros”, explica Luiz.
O Seguro de Responsabilidade Civil Familiar oferece proteção financeira para o segurado, estendendo a cobertura do seguro a seus dependentes, cônjuge e funcionários registrados que trabalham no local de risco segurado, disponibilizando o reparo para danos corporais, materiais e morais, desde que, causados de forma involuntária e decorrente dos eventos cobertos pelo seguro.
Halembeck destaca que o limite da indenização varia e geralmente é definido na hora da contratação. “Quem decide esse patamar de valor normalmente é o segurado. Nós procuramos orientá-los sobre sua exposição ao risco, considerando o padrão de seu imóvel, de seus vizinhos e pessoas ao redor do local segurado, que geralmente, é a base para o valor da importância segurada para prevenir momentos indesejados como estes exemplos, que podem acontecer quando menos esperamos”, diz.
Outros cenários também podem ser cobertos por esse tipo de seguro, despesas médicas de um profissional do condomínio atingido por um vaso de plantas que caiu da janela, os problemas ocasionados ao condomínio como elevadores do prédio por conta de um vazamento de água no imóvel segurado.
“Exemplos de situações que poderiam se tornar uma dor de cabeça para o segurado de RC familiar não faltam. Eu mesmo acompanhei casos de clientes desesperados por não terem feito essa cobertura com um valor adequado ou não ter incluído em seu seguro residencial”, ressalta.
Falta de conhecimento
Para Halembeck, que atua há mais de 25 anos no mercado segurador, a comercialização do seguro residencial com a cobertura de Responsabilidade Civil Familiar enfrenta alguns entraves, como a dicotomia entre a falta de conhecimento do segurado e o preparo técnico dos profissionais que comercializam esse produto tipo de serviços, incluindo aí os que privilegiam a apresentação de um baixo prêmio ao segurado em detrimento às coberturas adequadas na proteção de seu patrimônio.
“O seguro residencial é vendido em larga escala pelos bancos de varejo, que muitas vezes trabalham com ‘apólices simplificadas’ com várias restrições de coberturas e limites de garantias, onde com raras exceções incluem a cobertura do RC Familiar, objetivando a massificação do produto com baixa exposição ao risco para a instituição que pode acabar não cobrindo todas as despesas de um sinistro, por exemplo”, avalia.