De acordo com dados da Susep, o seguro de vida arrecadou R$ 30,37 bilhões em 2023, valor que representa um crescimento de 12,4% em relação ao ano anterior. Entre os produtos de previdência, o PGBL apresentou, em 2023, uma arrecadação 9,9% superior ao ano de 2022, totalizando R$ 13,93 bilhões no ano.

Reunida na última terça-feira (12/03), a Comissão Interna de Seguros de Benefícios do Sindseg PR/MS discutiu esses e outros dados do setor, avaliou desafios e traçou perspectivas. A análise é que o mercado de vida e saúde ainda sentiu reflexos importante da pandemia em 2022 e 2023, tanto no aumento da procura e ingresso de novos beneficiários, quanto também no desembolso das seguradoras para tratamento de doenças e realização de procedimentos que tinham ficado represados.

Para os próximos anos a avaliação é que esse mercado tende para uma acomodação, de uma realidade próxima do que era antes da pandemia, onde a atratividade dos planos vai depender bastante das assistências e dos benefícios associados.

Os membros da Comissão apontaram que há uma preocupação das seguradoras em crescer com consistência, combater a indústria da fraude, principalmente no reembolso de consultas médicas e procedimentos. Foi destacado que algumas seguradoras que buscaram agilizar os reembolsos, em função do grande volume de fraudes detectadas, precisaram dar um passo para trás, exigindo não só a guia do exame ou procedimento, mas também, o comprovante de pagamento.

Segundo dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) em 2023 foram 2.042 notícias-crime e ações cíveis contra fraudadores de planos médicos e odontológicos no país, o que representou um aumento de 66% em comparação ao ano anterior. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), realizada pela consultoria Ernst & Young (EY), confirmou que as fraudes e desperdícios causaram perdas estimadas entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões às operadoras de planos de saúde, só em 2022.  A estimativa é que essas perdas chegam até a 12,7% das receitas anuais das empresas. Esses gastos levam ao aumento da mensalidade para o consumidor.