*Por Vanderlei Scarpanti, diretor da MAPFRE e membro da diretoria do Sindseg-PR

Em estudo recente, a MAPFRE Economics apontou que o mercado de seguros de vida cresceu 12,8% em 2019 quando comparado a 2018, movimentando R$ 152 bilhões no Brasil. Apesar do avanço, o segmento ainda tem grande potencial. O nível de penetração (relação entre os prêmios e o PIB) é pouco superior a 2%. Para efeito comparativo, na Europa Ocidental essa taxa é de 4,5% e no Reino Unido chega a 8,3%, revelando as possibilidades para o setor.

Neste ano, os debates relacionados ao enfrentamento da Covid-19 também colocaram esse ramo em evidência. No entanto, inicialmente, é preciso deixar claro que o segmento vai além da proteção relacionada aos riscos de morte.

O seguro de vida inclui produtos para compensação e cobertura em outras adversidades (inclusive com benefícios), indenização para o caso de doenças graves e possibilidade de resgate para alguns produtos. Também há garantias relacionadas à aposentadoria e às coberturas de proteção familiar, tão importantes para qualquer pessoa em caso de morte, invalidez, doenças graves, entre outros.

Mas para aumentar o acesso ao seguro de vida, um passo importante é ampliar o conhecimento em relação às ofertas disponíveis. Há cinco aspectos essenciais para compreender mais sobre a modalidade.

O primeiro é que seguro de vida não é caro. A ideia de que o seguro de vida possui valor elevado é mais um mito. O preço da apólice leva em consideração fatores como a idade do contratante, valor da indenização e coberturas obtidas. Por este motivo, a quantia que será paga varia de acordo com o que é adquirido.

Um segundo aspecto é a indenização em vida. Atualmente, os produtos contam com diversas coberturas para casos de doenças graves nas quais os segurados recebem as quantias previstas no contrato para utilizar da forma que julgarem mais adequado, uma vez diagnosticada a patologia.

O terceiro quesito é o pagamento imediato.Em muitos casos, após a morte de um familiar, é comum que os herdeiros só tenham acesso aos bens após a conclusão do inventário, o que pode levar alguns meses. Por meio do seguro de vida, o pagamento da indenização aos beneficiários indicados na apólice é realizado independentemente do inventário ou da partilha de bens. Isso é um ponto importante, principalmente, quando a fatalidade ocorre com o provedor da família.

Um outro ponto em questão é que há o seguro com opção de resgate. O mercado segurador já disponibiliza soluções que permitem reaver parte do que foi pago.

E o último aspecto é sobre indivíduos solteiros ou sem descendentes. Muitas pessoas acreditam que não precisam se preocupar com eventualidades por estarem solteiras ou por ainda não terem filhos. Contudo, esquecem que qualquer pessoa pode ser beneficiária, como seus próprios pais. Além disso, existe também a possibilidade de contratação de coberturas para doenças graves.

Diante de toda essa conjuntura, para que o mercado de seguro de vida avance no Brasil é preciso empenho de todos os envolvidos, desde seguradoras, com ofertas cada vez mais abrangentes, até corretores, com a missão de orientar o cliente de forma consultiva, como verdadeira educador financeiro, sobre as melhores opções de acordo com cada perfil. Esse esforço conjunto, tende a acelerar a jornada de crescimento do segmento, fazendo com que uma parcela significativa da população possa se beneficiar das proteções, que exerce importante função social.