Revista Apólice – Data de publicação – 8 de agosto de 2023

EXCLUSIVO – Trabalhar sem carteira assinada virou uma realidade no Brasil. De acordo com o último levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país atingiu a marca histórica de 25,7 milhões de profissionais autônomos. Um dos grandes desafios dessas pessoas é o planejamento financeiro, já que normalmente esses trabalhadores não contam com uma renda fixa, além de não terem seus direitos assegurados pela CLT.

O seguro de vida é uma das opções para solucionar este problema. Garantindo a proteção financeira do segurado e sua família, o produto oferece coberturas e assistências capazes de compensar uma eventual perda temporária de renda ou fazer frente a alguma despesa inesperada. A apólice cobre casos de morte acidental ou natural, e também de invalidez provocada por doenças ou acidentes. Alguns seguros ainda oferecem coberturas mais amplas, que incluem indenizações em caso de invalidez ou morte do cônjuge.

Hilca Vaz

“Com o seguro de vida, os profissionais autônomos podem garantir tranquilidade aos seus dependentes, que receberão uma indenização que pode ser usada para despesas imediatas, como o funeral e outros gastos. Além disso, o produto é uma ferramenta essencial no planejamento sucessório, assegurando uma transição tranquila do patrimônio e protegendo os herdeiros de possíveis impostos e dívidas após o falecimento do titular”, afirma Hilca Vaz, diretora técnica de Vida e Previdência da Mapfre.

Segundo a executiva, a pandemia de Covid-19 foi essencial para conscientizar as pessoas sobre a importância do seguro de vida. “No momento em que muitas famílias presenciaram a perda de pessoas próximas, cresceu o interesse da população em garantir a proteção financeira para si e para suas famílias. Outro fator relevante para o crescimento do seguro de vida tem sido a adoção de estratégias pelas seguradoras para tornar o produto mais atrativo e acessível para diversas camadas da sociedade”.

Nancy Rodrigues

Nancy Rodrigues, diretora de Seguros de Pessoas da Tokio Marine, acredita que para facilitar o acesso ao seguro de vida e conscientizar a população sobre a sua importância, é fundamental continuar o processo de aculturamento do mercado. “Devemos ter cada vez mais profissionais capacitados e nos adaptarmos aos novos consumidores, tanto em relação aos produtos e serviços, quanto aos diversos canais de distribuição exigidos”.

Além disso, Nancy ressalta que o setor deve estar atento às novas demandas da sociedade, para oferecer produtos e serviços diferenciados, que atendam as necessidades de pessoas dos mais diferentes perfis. “É um trabalho contínuo, com muitas oportunidades, e que manterá o seguro de vida em destaque pelos próximos anos”.

Dennys Rosini

Dennys Rosini, diretor de Produtos da Prudential do Brasil, afirma que a companhia adotou uma estratégia multicanal, com uma força de vendas diferenciada formada por corretores franqueados e parceiros comerciais, para que os seus produtos sejam ofertados. “Dessa forma, temos maior capilaridade para cumprir a nossa missão de levar proteção financeira a um número cada vez maior de brasileiros. Por meio da nossa parceria com o Mercado Pago, oferecemos planos acessíveis e sem restrição profissional. É um tipo de produto democrático específico para atender públicos de trabalho autônomo ou temporários, sem exclusão para profissões de risco, como motoboys, por exemplo”.

De acordo com o executivo, a seguradora já pagou mais de R$ 300 milhões em benefícios relacionados à Covid-19. “O mercado de seguros de pessoas tem como objetivo levar cobertura securitária e proteção familiar a cada vez mais brasileiros. Por isso, é importante se manter sempre atento às necessidades dos clientes e da sociedade para oferecer produtos que acompanhem a transformação do perfil do consumidor”.

mag
Márcio Batistuti

Segundo dados divulgados pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), o seguro de vida atingiu R$ 6,95 bilhões em prêmios no primeiro trimestre. Márcio Batistuti, diretor de Varejo da MAG Seguros, diz que para que o segmento continue crescendo, é preciso que o setor invista em uma comunicação transparente. “Realizar campanhas que abordem os benefícios do seguro de vida, falar sobre a importância dele em todos os meios possíveis, destacar a segurança financeira proporcionada às famílias em momentos difíceis. Costuma-se dizer que ninguém acorda e pensa ‘hoje vou comprar um seguro de vida’ e, de fato, isso não acontece. Para que as pessoas percebam a importância do seguro, é preciso que o mercado como um todo fale abertamente sobre o tema, conscientize a população e faça isso de simplificada”.

Batistuti reforça que os corretores de seguros devem estudar o mercado de profissionais autônomos, compreendendo as necessidades específicas deste público para argumentar na hora da comercialização, e personalizando as ofertas para expandir a carteira de clientes. “Hoje o mundo é digital, e por meio das redes sociais e de plataformas o corretor amplia seus horizontes, alcançando e engajando trabalhadores autônomos. Além disso, ele deve destacar a importância do tema, como o seguro de vida pode assegurar a estabilidade financeira das famílias e dos negócios em caso de imprevistos, abordando as flexibilidades nas coberturas e os benefícios oferecidos”.

Nicole Fraga
Revista Apólice