Notícias | 19 de fevereiro de 2025 | Fonte: CQCS l Ítalo Menezes – Reprodução: Metrópoles

Segundo informações do G1, na última sexta-feira (14), um grave acidente envolvendo uma Ferrari modelo 296 GTB, avaliada em cerca de R$ 3.5 milhões, chocou os moradores de Campinas (SP). O veículo, que não tinha seguro e estava sob responsabilidade de uma concessionária para revisão, era conduzido por um funcionário do estabelecimento que perdeu o controle e colidiu violentamente contra o muro de uma residência. Especialista ouvido pelo CQCS destacou a ação do Seguro. 

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento exato do acidente. Segundo os vídeos, o motorista tentava uma ultrapassagem em alta velocidade quando perdeu o controle e atingiu o muro. A força do impacto foi tamanha que a roda dianteira esquerda da Ferrari se soltou. O veículo não possuía seguro e estava na concessionária para uma revisão de rotina. A empresa informou que irá arcar com os custos do acidente e ressaltou que o modelo acidentado é um dos mais caros da marca.

Em entrevista ao CQCS, o advogado, Corretor de Seguros, Diretor do Sindicato dos Corretores de Seguros no Distrito Federal (Sincor-DF) e delegado representante da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Dorival Alves, explicou que a responsabilidade por danos causados por um funcionário durante o exercício de suas funções recai sobre a empresa empregadora. Dessa forma, a concessionária poderá ser responsabilizada não apenas pelo prejuízo ao veículo do cliente, mas também pelos danos a terceiros, como no caso do muro atingido. “Muitas concessionárias possuem apólices de seguro que cobrem incidentes desse tipo, garantindo a proteção dos veículos sob sua responsabilidade. No entanto, nem todas adotam essa prática, tornando essencial a contratação de seguros específicos para evitar prejuízos elevados. Além disso, a indenização não se limita a proprietários particulares. Danos a patrimônio público, como postes de iluminação e transformadores, também exigem reparo”, disse. 

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a indústria automobilística brasileira registrou crescimento de 15% nas vendas de veículos até novembro de 2024, com previsão de crescimento ainda maior em 2025 e abrangendo o setor de concessionárias. Segundo Dorival Alves, nesse cenário, cresce também a necessidade de seguranças para as empresas, tornando o seguro para lojas uma opção cada vez mais buscada. “Apólices específicas para concessionárias oferecem cobertura abrangente, protegendo tanto os veículos sob custódia da empresa quanto os danos estruturais em suas instalações. Contar com um corretor de seguros especializado pode ser um diferencial na contratação dessas proteções, garantindo segurança e tranquilidade para o negócio”, afirma. 

No que diz respeito ao acidente ocorrido em Campinas (SP), Dorival Alves explicou detalhes sobre responsabilidade, coberturas e consequências jurídicas. 

CQCSO seguro tradicional cobre danos a um veículo de luxo como uma Ferrari? 

Dorival Alves“Sim. Desde que a seguradora aceite o risco. A partir do momento que a seguradora faz uma análise, apresenta proposta e emite apólice, o risco está aceito. Quanto ao valor, o tipo de veículo, é com a aceitação, vai depender do critério de política de comercialização e aceitação de risco da seguradora”. 

CQCSO Seguro da concessionária oferece cobertura para acidentes causados por funcionários? 

Dorival Alves“Tudo vai depender do produto contratado e das condições gerais, as coberturas contempladas. Muitas oficinas e concessionárias contaram com um seguro básico, sem coberturas complementares, adicionais, como em caso de guarda de veículo de terceiro que foi deixado no estabelecimento para reparos”. 

CQCSLevando em consideração que o veículo completamente destruído em Campinas não estava segurado, quais são as opções legais para o proprietário recuperar o prejuízo? 

Dorival Alves“Somente através do procedimento jurídico. O proprietário ajuizaria uma ação levando em consideração que o mesmo quando entrega a chave do veículo a concessionária passa para a mesma a responsabilidade da guarda. Se a concessionária ou oficina não assumir a responsabilidade de um ato praticado por seu funcionário, a mesma automaticamente deve responder judicialmente”. 

Ainda segundo o G1, após o choque, que deixou a Ferrari completamente destruída, testemunhas caminharam até o veículo e prestaram suporte ao condutor, que saiu andando do local. De acordo com as autoridades, ninguém ficou ferido.