Por Luciano Ambrosini, diretor 2º financeiro do Sindseg PR/MS e diretor regional Sul da Allianz Seguros.
O agronegócio vem sendo um dos principais responsáveis por sustentar o crescimento da economia nacional. Por ser um mercado de grandes oportunidades e em franca expansão no Brasil, é um dos setores com potencial para ajudar o País na retomada econômica, em especial por ter sido uma das áreas menos afetados na pandemia. Além disso, o uso da tecnologia e a oferta de linhas de crédito específicas, somadas a uma maior demanda global e à vocação do Brasil para a agricultura, deixam claro que mais oportunidades devem surgir em todas as partes da cadeia.
Diante deste cenário de oportunidades, é de fundamental que os produtores estejam atentos aos riscos existentes, que podem variar desde danos em maquinários a impactos de eventos climáticos. Para isso, o seguro rural apresenta-se como uma ferramenta essencial para diminuir perdas, bem como proporcionar proteção da renda, permanência do produtor no campo e manutenção da cadeia produtiva.
Até poucos anos atrás, o valor do seguro era considerado alto demais pelos proprietários de terra, gerando, como consequência, uma baixa contratação em relação à área cultivada no Brasil. No entanto, o incentivo do governo, por meio de subsídios, a maior disseminação da cultura do seguro e o avanço do conhecimento técnico sobre as propriedades, têm sido grandes aliados.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontam que, em 2020, a área agrícola segurada no país alcançou o recorde de 13,7 milhões de hectares, um aumento de aproximadamente 98% em relação ao ano anterior, e que representa em torno de 20% da área total agrícola. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério aplicou R$ 880 milhões, o dobro do valor executado em 2019. Foram beneficiados aproximadamente 105 mil produtores rurais (193 mil apólices). A importância segurada total foi de R$ 45,7 bilhões, o maior valor desde o início do programa em 2005.
Outro ponto positivo é que, com o passar do tempo, tem sido possível também perceber um melhor entendimento do produtor com relação ao seguro Rural, especialmente pela aposta das seguradoras em ampliar a divulgação e o incremento de corretores preparados para realizar essa oferta.
Porém, mesmo com os avanços positivos, a área agrícola segurada ainda é considerada baixa pelo potencial que apresenta. Diversos produtos e coberturas estão disponíveis atualmente para o agronegócio, como o Seguro Cultivo, que protege o produtor rural em caso de condições climáticas adversas, que possam prejudicar a sua colheita; o Seguro para Equipamentos Agrícolas, voltado aos equipamentos relacionados ao semeio, colheita, pulverização e outras práticas; o Seguro de Propriedades Rurais, que protege toda a propriedade, incluindo, eventualmente, casas, depósitos, equipamentos estacionários e unidades de produção como granjas, ordenadores e entre outros.
Muito ainda pode ser feito. E, aqui, as seguradoras e os canais de distribuição do nosso mercado têm um papel fundamental de ajudar o setor, buscar na tecnologia maneiras de explorar novos negócios, garantir produtos que atendam às necessidades no campo, bem como disseminar a cultura de contratação de seguro, mostrando que essa é uma ferramenta de investimento, e não de custo, na produção. As seguradoras devem, ainda, estar preparadas para assistir os corretores nas suas dúvidas e necessidades.
É muito importante que o produtor e os demais empresários do setor sejam apoiados por um corretor de seguros, que é o profissional adequado para avaliar a necessidade de cada cliente, garantindo que as coberturas e limites contratados sejam as mais adequadas.
Com o seguro rural se fortalecendo como ator da gestão de risco do produtor e uma linha de negócio consistente para diversificação da atuação e de produtos das seguradoras, também se torna uma ferramenta ímpar para o corretor de seguros incrementar sua carteira. A união de esforços entre todos os players da cadeia – governo, produtores, seguradoras e corretores – é essencial para tornar todas essas áreas mais fortes, com oportunidades e ganhos a todos os envolvidos.