CQCS – Notícias | 23 de agosto de 2021


A pandemia despertou em muitos brasileiros o medo de deixar a família desamparada ou precisar de apoio e não ter. Por isso, a procura pelo seguro de vida aumentou. Dados da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg) mostram que nos primeiros seis meses de 2021, o seguro de vida arrecadou R$ 10,9 bilhões em prêmios, uma variação de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado.


No Rio de Janeiro, o movimento foi semelhante. De acordo com o Sindicato das Seguradoras do estado, entre junho de 2020 e de 2021, houve um crescimento de 17,4% na arrecadação de prêmio (valor pago pelos segurados).

A autônoma Bruna Coutinho, de 39 anos, foi uma das consumidoras que buscou a garantia. Solteira e sem filhos, sua maior preocupação era ser acometida por uma doença, ficar sem trabalhar e não ter reservas financeiras. Por isso, optou por uma cobertura contra invalidez, mas que também dispõe de indenização por morte e previdência privada.— Como está difícil encontrar trabalho com carteira assinada, acho que hoje ter um seguro de vida é tão importante como ter um plano de saúde. Fiz um planejamento financeiro e pago R$ 300 por ele todo mês — conta.

O diretor do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Ronaldo Marques, diz que a pandemia mostrou que o melhor caminho é prevenir, o que também vale para o setor de seguros. Apesar disso, opina que o brasileiro ainda tem o hábito de deixar para resolver algumas questões em cima da hora ou quando precisa, e isso impacta diretamente na tomada de decisão de adquirir um produto.— Por um raciocínio lógico, a pessoa mais jovem tem uma sensação de maior longevidade e acaba por adiar essa preocupação. Mas a pandemia alterou essa percepção porque o vírus não escolhe faixa etária. Certamente, agora e por isso, em toda idade, haverá uma procura maior por essa proteção de um seguro de vida — opina: — A rigor, quando mais cedo a pessoa contratar, menor será o preço porque o risco é menor.

O CEO da Wiz, gestora de canais de distribuição de seguros e produtos financeiros, Heverton Peixoto, alerta que é preciso ficar atento às letrinhas miúdas do contrato. A maioria dos seguros de vida, até então, não oferecia coberturas para pandemias, como é o caso do coronavírus. Segundo ele, quando as primeiras seguradoras se posicionaram sobre cobrir, virou uma tendência e outras tiveram posturas parecidas.— O cuidado que se tem ao contratar um seguro precisa ser redobrado quando se trata de um seguro de vida, porque é uma escolha de longo prazo. O cliente vai seguir pagando o mesmo contrato por 30 anos. Então, ele precisa confiar em seguradoras estáveis e sólidas — aconselha.

Um dos problemas mais comuns, de acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras, é pensar que está protegido, sem estar. Isso acontece quando, por exemplo, o segurado esquece de informar uma doença preexistente à operadora. Por isso, é recomendável ter o suporte de um corretor de confiança na contratação. Em caso de transtornos, o cliente pode acionar o serviço de atendimento ao cliente (SAC) e a ouvidoria da seguradora; ou, ainda, a Superintendência de Seguros Privados(Susep).